As instituições financeiras em Cabo Verde devolveram, em 2022, um recorde de 11,2 milhões de escudos (102 mil euros) aos clientes, que apresentaram 287 reclamações naquele ano, segundo relatório do banco central do país.
De acordo com o relatório de Supervisão Comportamental, em 2022 o Banco de Cabo Verde (BCV) recebeu 287 reclamações dos consumidores financeiros, sendo 276 sobre o sector bancário e 11 sobre o sector segurador, numa média de 24 por mês.
“Considerando os dados dos últimos três anos, houve um decréscimo em relação ao número de reclamações recebidas no ano de 2022, o que contraria a tendência de crescimento registada nos três últimos anos”, avançou o regulador em comunicado.
No âmbito das reclamações recebidas no ano passado, as instituições financeiras cabo-verdianas devolveram aos seus clientes 11,2 milhões de escudos (102 mil euros). “Foi a maior soma de sempre devolvida aos consumidores financeiros”, sublinhou o BCV, que dá conta que em 2021 foi devolvido 9 milhões de escudos (82,3 mil euros).
O Banco de Cabo Verde referiu que nos últimos cinco anos as instituições financeiras autorizadas a operar no país ressarciram aos consumidores 64.338.768,87 milhões de escudos (583,4 mil euros).
“Com expceção dos bancos IIB [liderado pelo grupo iib do Bahrain e participado em 10% pelo Novo Banco português] e ECV [Ecobank Cabo Verde], todas as restantes instituições bancárias ressarciram valores aos seus clientes no âmbito das suas reclamações”, lê-se no comunicado do banco central cabo-verdiano citado pela Lusa.
O BCV sublinhou que a maior parte dos ressarcimentos foi resultante de uma determinação específica, na sequência de uma inspecção realizada a uma instituição bancária, para o reembolso de cobranças indevidas de despesas aos seus clientes no processamento de ordens de transferência internacional emitidas por estes.
Ainda durante o ano passado, o regulador financeiro cabo-verdiano mandou corrigir 20 irregularidades, realizou oito inspeções e abrangem 2,4 mil pessoas com formação em educação financeira.
Quanto ao sector segurador, no ano passado apenas a Ímpar ressarciu valores aos seus clientes (16 mil escudos – 148 euros), e que teve por base a cobrança indevida do prémio de seguro automóvel.
Actualmente, o sistema financeiro cabo-verdiano conta com dez instituições autorizadas a operar a nível nacional, sob a supervisão do Banco de Cabo Verde, sendo oito bancos comerciais e duas seguradoras.