O agregado monetário do sistema bancário cabo-verdiano registou, em Agosto, uma ligeira subida de 1,7% para 85,8 milhões de dólares, face ao total registado em igual período do mês anterior, atingindo assim novos máximos, revela o último relatório estatístico do Banco de Cabo Verde consultado pela FORBES.
Constituído essencialmente por moeda em circulação, depósitos à vista, depósitos a prazo e de poupança e títulos do Tesouro, a subida de 1,7% do agregado monetário M2 foi ajudado pelo crescimento de 10,0% do crédito interno líquido.
Até Agosto deste ano, os depósitos de poupança nos bancos cabo-verdianos fixaram-se nos 85,8 milhões de dólares. Na moeda local, o escudo, o dinheiro estava contabilizado em 8.147 milhões, margens que representam a resiliência do sector bancário do arquipélago e dos agentes económicos.
Apesar da crise e da redução da actividade económica no país, sobretudo no sector do turismo, que gera parte substancial da riqueza nacional, os depósitos têm estado a subir, como mostram os dados do banco central.
Só em Março de 2020, isto é, antes da pandemia da Covid-19, as poupanças das famílias e empresas cifravam-se nos 71,5 milhões de dólares, ou seja, 6.847 milhões de escudos. De lá em diante, só registaram avanços, praticamente ao longo de todos os meses, acumulando, até ao momento um aumento de 19%, desde o início da pandemia.
Por exemplo, entre Março e Abril deste ano, os depósitos de poupança nos bancos cabo-verdianos aumentaram 7%, ao saírem dos 81,96 milhões de dólares para 83,12 milhões de dólares.
Entretanto, no mês de Julho, registou-se a primeira queda no valor dos depósitos de poupança em nove meses, mas que voltou a crescer em Agosto, para o valor mais alto disponibilizado pelo BCV.
Já os depósitos a prazo nos bancos também renovaram máximos, subindo 6,7% no espaço de um mês, para mais de 480,940 milhões de dólares, um total de 45.627 milhões na moeda do país, o escudo.
De acordo com o histórico do BCV, os depósitos de poupança nos bancos cabo-verdianos ultrapassavam no final de 2019 os 69,73 milhões de dólares, pelo que se tratou de um crescimento de 11,4% no ano de 2020.
Reservas internacionais em queda
O relatório mensal do BCV indica ainda que, no período, o stock das Reservas Internacionais Líquidas do país fixou-se nos 621,112 milhões de dólares, ou seja, 142,03 milhões de dólares abaixo do valor registado no período homólogo.
Por sua vez, o crédito interno líquido aumentou 10,0%, o que se compara ao aumento de 5,3% observado em Agosto de 2020. “A evolução do crédito interno líquido ficou a dever-se ao crescimento tanto do crédito à economia como do crédito ao sector público administrativo, na ordem de 8,4 e 18,0%, respetivamente”, refere o documento.