O total dos resultados líquidos das instituições bancárias em Angola registou, no ano passado, um “aumento considerável” para um valor de 592 402 milhões de kwanzas, o que representa um incremento de cerca de 896 mil milhões de kwanzas face a 2020, segundo a 16ª edição do relatório “Banca em Análise” da consultora Deloitte, apresentado nesta Terça-feira, 25, em Luanda.
O crescimento, diz a Deloitte, é justificado maioritariamente pela melhoria do rating do país e consequente reversão de perdas por imparidade, bem como da melhoria dos resultados do Banco Económico (BE) e do Banco de Poupança e Crédito (BPC), que embora tenham sido negativos (cerca de 83 mil milhões de kwanzas), apresentaram uma evolução muito positiva.
De acordo com o relatório, o resultado líquido do sector é atenuado pela descida significativa dos resultados cambiais, que reduziram em 2021 cerca de 96% (2021: 18 723 milhões de kwanzas e 2020: 500 033 milhões de kwanzas), sendo que estes dados não incluem o BE por indisponibilidade de informação. A Deloitte explica, entretanto, que considerando a exclusão do BPC e BE desta análise, os resultados líquidos em 2021 tinham registado um aumento de 40% face a 2020.
A pesquisa revela ainda que o valor total dos activos dos bancos ascendeu a 17 412 mil milhões de kwanzas, em 2021, o que corresponde a um decréscimo de aproximadamente 5,4% face a 2020.
“O valor total dos depósitos de clientes no sector bancário foi de 13 141 mil milhões de kwanzas, o que representa um decréscimo de 7% face a 2020, explicado pela valorização do kwanza, que leva a redução do valor dos depósitos denominados em moeda estrangeira”, lê-se no relatório.
BAI conserva liderança do ‘top five’ por activos
No que tem que ver com o ranking dos maiores bancos por activos a operarem em Angola, a Deloitte revela que o Banco Angolano de Investimentos (BAI) continua a ser o líder, com um activo total de 3 039 mil milhões de kwanzas, seguido pelo Banco de Fomento Angola (BFA), Banco Internacional de Crédito (BIC), Banco de Poupança e Crédito (BPC) e o Banco Millennium Atlântico (BMA), tendo-se registado uma troca de posições entre o BPC e o BIC.
No global, os cinco maiores bancos representaram cerca de 65% do total do activo do sector bancário.
Em 2021 o BAI conservou também a liderança do ranking de captação do maior volume de depósitos de clientes, seguido pelo BFA, Millennium Atlântico, Banco Económico e o BIC.
Utilização de meios electrónicos com variação positiva
A utilização dos meios electrónicos de pagamento no mercado nacional em 2021 continuou com a tendência de crescimento verificada nos últimos anos. O relatório da Deloitte mostra que a utilização dos terminais de pagamentos automáticos (TPA) registou uma variação positiva na ordem dos 33% face ao registado em 2020 (cerca de 15%).
Quanto as caixas automáticas (ATM), verificou-se, igualmente, uma variação positiva no ano passado de cerca de 6%.
O Banca em Análise dá ainda conta de uma diminuição de 5,2% do número de colaboradores em 2021, que passou de 20.796 em 2020 para 19.719 no ano passado, uma tendência de redução que continua, muito justificada pela reestruturação que tem sido levada a cabo pelo BPC, que já diminuiu em cerca de 1.144 colaboradores, desde 2018.
O número de balcões registou, igualmente, uma diminuição de aproximadamente 3,3%, saindo de 1.690 balcões em 2020 para 1.635 em 2021.