O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) vai investir 10 mil milhões de dólares, nos próximos cinco anos, para impulsionar a produção alimentar, através de programas específicos desenhados para cada país, anunciou o presidente da instituição.
Num comunicado divulgado durante a Cimeira Alimentar Africana, que decorreu até a passada sexta-feira, em Dacar, Akinwumi Adesina desafiou os líderes a transformarem a vontade política em acções decisivas para garantir a segurança alimentar em África, defendendo “um forte apoio” aos jovens e mulheres agricultores. O responsável advogou que a agricultura deve ser um negócio e não uma actividade de desenvolvimento.
“Espera-se que os governadores dos bancos centrais e os ministros das finanças desenvolvam acordos de financiamento para implementar os compactos de distribuição de alimentos e agricultura, em conjunto com os ministros da agricultura, actores do sector privado, instituições financeiras dos bancos comerciais, e parceiros e organizações multilaterais”, lê-se no comunicado.
No caso de Angola, o BAD diz que a implementação do compacto irá contribuir directamente para aumentar a produção e produtividade, melhorar a segurança alimentar e a nutrição, em consonância com a estratégia do Governo para transformar a agricultura e a pecuária angolanas num sector próspero e uma força motriz do crescimento inclusivo e da diversificação económica.
As áreas prioritárias de produção são arroz, trigo, milho, soja e aves de capoeira, e o banco salienta que “o financiamento e a implementação do compacto dependerão de um plano ambicioso para atrair investidores do sector privado para o sector agrícola”.
“A execução do plano exigirá um investimento de 5,7 mil milhões de dólares, a ser obtido através de um plano ambicioso para atrair investidores do sector. Estima-se que o investimento público directo do Governo de Angola seja de 60 milhões de dólares, atribuídos ao financiamento de infra-estruturas rurais”, avança a nota.
De acordo ainda com o comunicado, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, enviou uma mensagem ao encontro, na qual reconheceu que África enfrenta actualmente os desafios das alterações climáticas e da insegurança alimentar, onde prometeu o apoio da organização para ajudar o continente a tornar-se uma potência alimentar global.