O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) financiou com 829,929 mil euros a reconstrução de 2,4 quilómetros de estrada numa zona agrícola de São Tomé e Príncipe para incentivar a produção e facilitar o escoamento de produtos, anunciou a instituição.
O financiamento é destinado à construção da via em betão betuminoso e em calçada, no prazo de seis meses, para a melhoria da ligação entre as localidades de Cruzeiro e Milagrosa, no distrito de Mé-zóchi.
A representante do BAD no país, Ceutónia Lima, referiu que a instituição tem como uma das bandeiras o desenvolvimento do sector agrícola, sendo que esta infra-estrutura soma-se a outras já construídas no país, no quadro das acções para melhorar a participação do sector agrícola no crescimento e desenvolvimento do de São Tomé e Príncipe.
“Nós temos investido nos acessos que permitem o escoamento da produção agrícola. Tem também havido algum investimento nas unidades de transformação agrícola, nas melhorias de técnicas de produção com sistema de irrigação gota-a-gota e a ideia é pensar nas cadeias de valor que tragam valor acrescentado para a exportação”, disse Ceutónia Lima.
O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, sublinhou que a estrada vai permitir que a comunidade possa ver o benefício do trabalho e de todo o sacrifício que têm diariamente para poderem sustentar” as famílias.
“A estrada é o desenvolvimento e neste ano que entramos que é um ano difícil em termos de inflação, segurança alimentar, é preciso percebermos que se não tivermos estradas prioritariamente para as zonas de produção, a nossa vida, a nossa alimentação, o nosso orçamento familiar vai sofrer, porque a falta de estrada é que tem causado o aumento do preço dos produtos agrícolas e tem causado também a desmotivação dos agricultores, porque os produtos não só são caros, mas estragam-se no mato também”, disse.
Patrice Trovoada afirmou ainda que o objectivo do Governo é continuar a construir e reabilitar estradas, sobretudo nas zonas de produção, sendo que as mesmas serão construídas já com os materiais e mecanismos que permitirão às empresas de telecomunicações levar mais facilmente os serviços de internet de fibra óptica para as comunidades rurais.
“O outro factor de desenvolvimento vai ser trazer a internet às comunidades, para as escolas e para as pessoas e se assim prepararmos as infra-estruturas, mais fácil vão ser os próximos passos”, sublinhou o primeiro-ministro, que apelou à empresa construtora para aproveitar a mão-de-obra local durante a execução do projecto.
*Luzia dos Santos