O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou, há dias, que vai emprestar 40 milhões de dólares aos Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique (CFM) para aquisição de 10 locomotivas, 300 vagões e 120 contentores cisternas, segundo um comunicado publicado no website da instituição, consultado pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA.
O montante, aprovado a 31 de Janeiro do ano em curso, tem como objectivo ajudar a financiar o plano estratégico para o período 2021-2024, no âmbito do projecto “Moçambique – Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique”.
O BAD acrescenta que tenciona igualmente mobilizar 30 milhões de dólares adicionais de outros potenciais mutuantes para o projecto. “A implementação do projecto irá melhorar a logística, reduzindo o custo do transporte de bens e produtos, através de um meio rentável e eficiente que beneficia de economias de escala. O resultado será uma mudança de paradigma que melhorará a competitividade do corredor e proporcionará uma solução de transporte logístico rentável”, lê-se no comunicado.
Espera-se ainda que o projecto melhore o acesso das famílias às infra-estruturas, “através de serviços de transporte ferroviário e reduza potencialmente o congestionamento e os tempos de viagem em dois minutos por quilómetro e o número de mortes na estrada, transferindo o tráfego para os caminhos-de-ferro”.
O Banco Africano de Desenvolvimento quer também que este financiamento aumente o número de empresas privadas que utilizam os serviços de transporte de mercadorias e os portos, reduza o congestionamento e os custos logísticos e que contribua para a competitividade global das empresas, criando ligações com a economia local por meio de compras locais e da procura de outros serviços não transacionáveis.
“O projecto aumentará significativamente as receitas em divisas, que passarão de 225 milhões de dólares, em 2022, para 360 milhões de dólares, em 2036. Durante este período, o projecto deverá gerar um total acumulado de mil milhões de dólares em receitas fiscais para o Governo”, lê-se na nota.
O projecto, assegura o BAD, resultará numa poupança líquida de emissões de carbono de 744 511 kt CO2 durante o período 2023-2035.