O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) está a debater na sua reunião anual aberta nesta Quarta-feira, 23, em formato digital, a dívida africana, com os participantes a insistirem na necessidade de se realizarem reformas internas, reestruturação da dívida e num apoio internacional eficiente para reavivar as economias e evitar o sobreendividamento no continente.
Num cenário “preocupante” que se regista, caracterizado pela pior recessão económica dos últimos 50 anos, agravado pela pandemia do novo coronavírus, o BAD optou por dedicar este ano o primeiro dia da reunião – de uma série de três reuniões dedicadas à dívida, à adaptação ao clima e à luta contra a pandemia da Covid-19 – à dívida africana. A reunião decorre sob o lema “Da Resolução da Dívida ao Crescimento: O Caminho para a África”.
Dados disponibilizados no evento dão conta que, como resultado da pandemia, o PIB do continente diminuiu 2,1% em 2020, esperando-se que o crescimento aumente para 3,4% no ano em curso, pelo que indicadores como a pobreza e a desigualdade sed agravaram.
Um documento publicado no site do BAD e consultado pela FORBES indica que pelo menos 30 milhões de africanos caíram na pobreza extrema em 2020 e outros 39 milhões podem ter o mesmo destino em 2021. A relação dívida/PIB, refere a nota, deverá aumentar em 10% a15%, de 60% em 2020 para 75% em 2021, sendo que “a questão da dívida é onipresente”.