Uma das 100 Personalidades Negras Mais Influentes da Lusofonia pela PowerList100 trocou o mundo da representação para estar por detrás das câmaras. Trata-se da guineense Babetida Sadjo, que tem o seu primeiro filme – uma curta metragem – a estrear-se no Festival de Curtas Metragens de Bruxelas, entre entre dia 20 e 30 de Abril.
A ‘boa-nova’ surgiu através da conta do Instagram da actriz, onde a própria aproveitou para repostar o anúncio feito pela produtora responsável pelo filme, a belga 10.80 Films, e deixou clara a satisfação e orgulho pela conquista.
“É com muito orgulho que apresentamos Hematoma, a magnífica e primeira curta-metragem de Babetida, no cartaz do Festival de Curta Metragem de Bruxelas”, escreveu a produtora.
De acordo com a agenda, Hematoma estreou-se às 21h do dia 20 de Abril no cinema do Flagey, na capital belga, sendo que a segunda sessão será exibida na tarde do dia 25 de Abril, às 13h30, no mesmo cinema.
Hematoma é uma curta-metragem que conta a história de Judith, uma mulher adulta que carrega o trauma de ter sido violada pelo padrasto na infância. Depois de 25 anos em silêncio, Judith decide revelar o acontecimento na esperança de que alguma justiça seja feita, porém, ao perceber que nada vai acontecer, a mulher opta por enfrentar o pedófilo que a violou e violentou, conforme refere o portal Bantumen, que teve acesso à sinopse do filme.
Segundo ainda o portal, a personagem principal é interpretada por Martha Canga António, mais conhecida por Martha Da’Ro, uma cantora e actriz belga de 27 anos e de origem angolana, que estrelou no aclamado filme belga Black – Amor Em Tempos de Ódio, lançado em Novembro de 2015.
Além de Martha, Astrid Whettnall, Audilia Baista, Nyasha M’Buze, Wim Willaer e Kessi M’Buze também fazem parte do elenco.
Com o feito, Babetida Sadjo, é agora uma actriz e realizadora belga, nascida na Guiné-Bissau. Sadjo saiu de Bafatá aos 12 anos, rumo ao Vietname, onde viveu por quatro anos com a família e descobriu o teatro. Entretanto, mudou-se para a Bélgica e em 2007, formou-se em Arte Dramática, no Conservatório Real de Bruxelas.
O Bantumen a define ainda por uma proeminente actriz da sua geração e prova disso foi o prémio Ensor de Melhor Atriz Secundária, pelo filme Waste Land, dirigido por Pieter Van Hees – atribuído pela primeira vez a uma mulher negra.
A actriz é também a primeira de origem guineense a figurar numa série da Netflix, “Into The Night”, a primeira produção belga da plataforma de streaming.