O Governo de São Tomé e Príncipe implementou um aumento significativo nas taxas aeroportuárias, agora inseridos em 220 euros, um valor que tem gerado controvérsia no país. A medida foi aprovada através de uma resolução governamental, contrariando o veto do Presidente da República, Carlos Vila Nova, e dos apelos da oposição para a revisão da decisão.
Anteriormente, os passageiros pagavam taxas reguladoras de 18,16 euros e de segurança de 4,74 euros, num total de 22,90 euros, mas com a nova resolução, a Taxa Reguladora passou para 20 euros, a Taxa de Segurança aumentada para 28 euros e foi criada uma nova Taxa de Desenvolvimento Aeronáutico no valor de 62 euros. Assim, o total das taxas para os voos de ida e volta para São Tomé subiu para 220 euros. Para as ligações entre as ilhas de São Tomé e Príncipe, a taxa foi cobrada em 32 euros por passageiro, o que, segundo o primeiro-ministro Patrice Trovoada, representa uma redução de cerca de 40%.
Segundo a Lusa, a decisão do Governo foi tomada em confronto com a posição do Presidente da República, que considerando os valores excessivos e abrangendo a vida dos cidadãos, pedindo ao executivo que reconsiderasse a medida. A oposição também se manifestou contra o aumento, com destaque para o Movimento Basta, que recorreu ao tribunal para pedir a suspensão da resolução, acusando-a de ser ilegal e inválida. Três juristas também apresentaram uma denúncia contra o primeiro-ministro, acusando-o de prevaricação por ter aprovado o aumento de taxas por resolução, após o veto presidencial.
Em resposta, Patrice Trovoada defendeu a legalidade da resolução, sublinhando que o aumento das taxas é de apenas 14%, um valor inferior à inflação. O aumento das taxas está ligado ao contrato de concessão do aeroporto de São Tomé, assinado em junho com uma empresa turca para a gestão e modernização da infraestrutura aeroportuária.
No entanto, até ao momento, não houve início das obras previstas para o projecto, o que gerou críticas e preocupações por parte da oposição. O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP) pediu um debate no parlamento sobre os contratos nas áreas de infraestruturas, incluindo o aeroporto, acusando o Governo de observar acordos em violação das leis do país.