O mundo do desporto em São Tomé e Príncipe (STP) tem sido comandado, por tradição, no masculino. Mas esta realidade mudou há bem pouco tempo. A nomeação de duas mulheres ex-desportistas, uma para o cargo de ministra da Juventude e Desporto e outra para liderar a Direcção-geral do Desporto, simbolizam uma revolução nesta tendência.
A FORBES ÁFRICA LUSÓFONA conversou com Eurídice Medeiros, que está à frente do Ministério da Juventude e Desporto, e com Jorzita Quaresma, a primeira mulher a liderar a Direcção-geral do Desporto são-tomense para conhecer que cunho pretendem dar a esta nova realidade, agora no feminino.
A antiga campeã nacional de atletismo, deixou a Federação da modalidade onde era presidente para assumir a função de ministra da Juventude e Desporto. Em declarações à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA defende que a missão que a move é promover o desporto e fazer uma governação de proximidade.
Eurídice Medeiros acredita no potencial das mulheres, por isso, revela que: “Escolhi uma mulher [Jorzita Quaresma] para chefiar a Direcção-geral do Desporto. Esta escolha não se resume apenas por se tratar de uma mulher, mas sobretudo porque tem vindo a revelar competências notáveis e experiências acumuladas no ramo do desporto”, explicou Eurídice Medeiros.
“Precisamos continuar a acreditar nas mulheres e criar mais oportunidades”
Face a esta nomeação, a pergunta que se segue é: como está a situação da mulher no desporto em STP? Eurídice Medeiros começa por admitir que não é má, sendo que: “Já estivemos piores. Mas, acredito que ainda podemos atingir uma melhor avaliação neste aspecto. Para este efeito precisamos continuar a acreditar nas mulheres e criar mais oportunidades. Se começarmos a investir realmente no desporto e nos atletas poderemos reverter o quadro actual, onde muitas jovens promessas vão-se embora e acabam por defender outras cores”, alertou a governante.
A ministra da Juventude e Desporto sublinha que aposta numa governação de proximidade com todas as federações. E acrescenta que se pretende canalizar recursos junto dos parceiros para o sector do desporto para se concretizar uma das políticas prioritárias do governo para melhorar o desporto.
A governante quer promover “a reforma do desporto nacional, priorizando as modalidades desportivas com potencial para, a médio prazo, permitir ao país alcançar títulos ou projecção ao nível regional e internacional”. Além de referir que se quer “incentivar a população para o hábito da prática do exercício físico regular, para ajudar na prevenção de doenças, implementar o desporto escolar e comunitário e muitas outras acções com o objectivo de alavancar e projectar o desporto nacional”.
No terreno está definido “trabalhar de perto com todas as federações, com a participação do Comité Olímpico Nacional, para conhecermos os respectivos planos de actividades, fontes de financiamentos e desafios que nos permitirão encontrar soluções”.
A realização de uma marcha sobre a saúde, organizada pelo Ministério da Saúde e a OMS, marcou “o início de um novo ciclo na forma como as autoridades nacionais pretendem promover actividade física para prevenir doenças e levar as pessoas a ganharem o gosto pelo exercício”.
*Matéria completa na edição impressa Maio/Junho