A Associação Industrial de Angola (AIA) manifestou-se preocupada com a estrada que dará acesso à Zona Franca de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande (ZFDIBD), por temer que não venha a ser capaz de suportar o trânsito que passará a existir com a materialização do projecto.
“Não temos capacidade de suportar aquilo com as infra-estruturas que temos, nem melhorando significativamente, porque melhorar a estrada até ao desvio para a Barra do Dande vai requerer muito capital para indemnizar”, disse o presidente da AIA, José Severino.
O líder associativo, que falava há dias durante a cerimónia de apresentação do projecto que será implementado numa área de mais de cinco mil hectares na província do Bengo, considera a iniciativa “boa e com todo o interesse económico para o país e para a zona Norte”, mas mostrou-se preocupado com algumas questões que classifica de “críticas” para a materialização da ZFDIBD.
“É necessário se repensar a questão da acessibilidade, das comunicações, dos terrenos, porque o espaço é pouco e estes investimentos requerem uma área ambiental de excelência”, disse José Severino, recordando que “a indústria, por mais que se queira, é sempre poluidora”.
Em respostas às inquietações da AIA, o presidente do Conselho de Administração da Sociedade de Desenvolvimento da Barra do Dande (SDBD), Joaquim Piedade, garantiu existir um plano para criar as melhores condições de acesso à Zona Franca.
“Temos em carteira uma proposta concreta de um investidor que está a ser discutida com a sociedade para investir mais de 13 milhões de dólares na acessibilidade, através da estrada nacional. Estamos a discutir como é que poderemos compensar este investidor e é um casamento puro de parceria público-privada”, referiu Joaquim Piedade.
O gestor disse ainda que têm “provocado” muito as empresas de construção para que elas acreditem no processo, principalmente as que já estão em Angola, para desenvolverem as infra-estruturas e gerirem as mesmas com a SDBD.
O projecto de construção da Zona Franca de Desenvolvimento Integrado da Barra do Dande, que inclui um contrato de 30 anos mais 25, apresenta quatro componentes consideradas nucleares, nomeadamente, o terminal marítimo portuário, silos para a reserva estratégica alimentar, refinaria de óleo alimentar e o parque fotovoltaico.
O prazo para a entrega de candidaturas termina no dia 15 de Novembro. A previsão é que até 2027 esteja concluída a primeira fase e que vários empreendimentos estejam já em funcionamento.