O fotógrafo e artista argentino, Marcelo Brodsky, termina nesta Quinta-feira, 20, uma “residência artística”, em Luanda, a convite do projecto Angola Air, numa iniciativa apoiada pela Textang II e co-organizada pela Embaixada da Argentina e pelo hotel InterContinental Luanda Miramar.
Angola AIR é um projecto de residência artística para artistas não-angolanos, que tem trazido ao país renomados artistas internacionais, cujas reflexões e narrativas possam ser influenciadas de forma positiva e inovadora com pesquisa teórica e empírica, em Angola, explica Dominick Maia Tanner, promotor do Projecto, no documento.
Marcelo Brodsky, que se tornou assim no 14º residente da Angola AIR, utiliza a fotografia como ferramenta de busca de identidade, captando o efeito do tempo e dos acontecimentos que ocorrem no seu ambiente pessoal e social, segundo comentários de Nuno Neves, director-geral do hotel InterContinental Luanda Miramar.
“Quisemos receber Marcelo Brodsky no nosso Hotel, acompanhado da sua família, proporcionando-lhe uma experiência inesquecível que combina os mais elevados padrões de luxo e a essência local da capital angolana”, referiu Nuno Neves.
No seu trabalho fotográfico, Marcelo Brodsky mistura texto e imagens, muitas vezes usando figuras de fala. Mostrados mais de 140 vezes em espaços públicos e instituições, os seus ensaios foram apresentados, entre outros, no Museu Sprengel em Hannover, em 2007, Museu Nacional de Bellas Artes, em Buenos Aires, em 2010, e Pinacoteca do Estado de São Paulo, Brasil, em 2011.
O artista argentino nasceu em 1954 em Buenos Aires, onde vive até hoje. Artista e activista dos direitos humanos, Brodsky foi forçado ao exílio em Barcelona, após o golpe de Estado na Argentina, em 1976.
Estudou economia na Universidade de Barcelona e fotografia no Centro Internacional de Fotografia, na mesma cidade. Marcelo Brodsky voltou para a Argentina em 1984 e realizou a sua primeira exposição em 1986.
Actualmente, as obras do fotógrafo e artista argentino encontram-se em exposições colectivas, em museus, um pouco por todo o mundo. A sua obra “The Class”, na qual sintetizou numa fotografia, tirada em 1966, o destino dos seus 32 colegas da sexta divisão do primeiro ano do Colégio Nacional de Buenos Aires, após a última ditadura militar, foi adquirida pelo Metropolitan Museum of Art (MET) em Nova Iorque, integrando a sua colecção permanente.
Em Julho último, Marcelo Brodsky trabalhou com o artista peruano Fernando Bryce, numa residência em Miami, para criar “Territórios” – obra que denuncia “a violência de que a América Latina é vítima”, e em que retratam os casos de 10 activistas mortos em nove países do continente americano.
As obras resultantes desta residência artística estarão em exposição no hotel InterContinental Luanda Miramar, entre os dias 20 e 22 de Outubro, das 14 e as 19 horas.