Chefes de Estado e representantes de governos de cerca de 100 dos 134 países membros do G77+China iniciam nesta Sexta-feira, 15, uma reunião de dois dias, em Havana, Cuba, com o objectivo de promoverem uma ordem internacional “justa” para os Estados em desenvolvimento.
“Os desafios actuais do desenvolvimento: o papel da ciência, da tecnologia e da inovação” é o tema do evento que antecede a Assembleia-Geral das Nações Unidas, que vai decorrer entre 19 e 26 próximos em Nova Iorque, mas as reformas das instituições multilaterais vão ocupar também os debates.
Entre os mais de 30 chefes de Estado que confirmaram a presença em Havana, encontram-se os presidentes de Angola, João Lourenço, do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e de Moçambique, Filipe Nyusi. Estão ainda presentes o ministro dos Negócios Estrangeiros de Timor-Leste, Bendito Freitas, e representantes dos governos da quase totalidade dos Estados-membros da CPLP.
A abertura do encontro foi reservada ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, depois de, numa mensagem à cimeira do G77+China deixada esta semana, ter considerado “muito importante” que os países em desenvolvimento lutem para garantir as transformações necessárias nos sistemas internacionais, de modo a criar condições para que possam enfrentar os desafios e recuperar o ímpeto do seu desenvolvimento.
A cimeira dá particular visibilidade à diplomacia cubana – Cuba assume pela primeira vez a presidência pro tempore do Grupo G77+China –, que desde o início do ano tem colocado a ênfase do seu mandato na urgência da reforma do sistema financeiro multilateral.
Os países em desenvolvimento exigem o reforço da rede de segurança financeira global e um acesso maior e mais equitativo ao financiamento internacional em tempos de crise, nomeadamente através de emissões regulares de Direitos de Saque Especiais e outra das suas preocupações maiores é a questão da dívida.
Querem também alterações na governação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, que permitam o reforço da sua participação nessas instâncias, avança a Lusa.