Um total de 21 garantias indirectas, no valor de 27,7 mil milhões de kwanzas, foram aprovadas pelo Fundo de Garantia de Crédito (FGC) e confirmadas por bancos comerciais, em 2020. Os dados foram avançados à FORBES pelo presidente do conselho de administração da instituição, Manuel Passos.
Numa entrevista de balanço, o gestor avançou ainda que até finais do ano passado dez garantias directas no valor de 16,4 mil milhões de kwanzas, que aguardam neste momento por aprovação de financiamento junto dos bancos, deram entrada no FGC por via dos promotores.
Desde a sua criação em 2012, o FGC aprovou 495 garantias no valor global de 139,8 mil milhões de Kwanzas. Deste número, estão incluídas 474 garantias aprovadas ao abrigo do extinto Programa Angola Investe e 21 garantias aprovadas no âmbito das linhas de financiamento do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI).
Manuel Passos considera 2020 um ano atípico, mas, destaca o papel dos empresários nacionais num cenário “bastante” complexo que não os demoveu da vontade e necessidade de continuarem a investir, explorando várias oportunidades de negócios criadas pela pandemia da Covid-19.
“2020 foi um ano difícil, muitas empresas fecharam as suas portas. Entretanto, houve criação de novas empresas e novas políticas, como por exemplo, as do alívio económico, mitigando assim o drástico momento que as empresas nacionais enfrentam”, disse, acrescentando que a principal ilação que se pode tirar desta pandemia, é o aproveitar de oportunidades que surgiram ao longo de 2020, bem como a capacidade e criatividade de se reinventar em tempos difíceis.
O PCA do Fundo de Garantia de Crédito defende que para o fomento do empreendedorismo sustentável, deve-se primeiro melhorar o ambiente de negócios, como forma de promover no país o surgimento de empreendedores a actuar em todos os sectores da economia. “Só é possível haver um crescimento económico exponencial, se a produção nacional for capaz de dar respostas às necessidades internas do país a todos os níveis”, afirmou.
Passos alerta, por outro lado, que a dependência do petróleo é para esquecer, pelo que, indica, é necessário criar-se maiores incentivos como a formação empresarial, não só para que o fomento ao crédito seja um facto, mas também para que a banca nacional se sinta confortável em apoiar o empresariado nacional, sem que haja grandes interferências do Estado.
“Potenciar o sector empresarial privado é o ponto de partida para que possamos ter uma economia robusta, capaz de concorrer com os países vizinhos, contribuindo para o crescimento do nosso Produto Interno Bruto (PIB)”
Ao nível do FGC, garante, se continuará a trabalhar no apoio às Micros Pequenas e Médias Empresas, no sentido de contribuir para que o acesso ao crédito seja cada vez mais robusto e que os empreendedores e empresários nacionais continuem a cumprir com as suas missões, “cada vez mais notáveis”, na contribuição para a diversificação da economia de Angola.