Há três anos no mercado, a Appy Saúde, start-up angolana que venceu recentemente o prémio de melhor aplicativo de saúde do mundo, conta já com 25 mil utilizadores em todo país e oferece aos mesmos o acesso a vários serviços ligados ao sector.
Dentre os serviços disponibilizados pela ferramenta constam reserva de medicamentos, entregas de produtos de puericultura, marcação de consultas online, adesões a planos ou seguros de saúde, perfil de saúde pessoal e dos dependentes, perfil dos médicos, informações de milhares de farmácias e diversos hospitais listados por geolocalização.
Em entrevista à FORBES, o sócio-fundador e director-geral da start-up, Pedro Beirão, avançou que o aplicativo conta com mais de 60 mil downloads e tem a maior concentração de utilizadores nas grandes cidades como Luanda, Benguela, Huambo e Huíla, consideradas como as que têm maior número de estabelecimentos com os serviços e produtos disponíveis na Appy Saúde.
Sem revelar números, o responsável avança também que este ano a Appy Saúde cresceu 250% em facturação e que até aqui já foram investidos mais de 500 mil dólares, sendo que a maior parte do investimento foi nacional.
“Continuaremos a investir porque acreditamos no projecto e temos um aumento considerável na utilização. A melhoria dos serviços existentes e a adição de novos será constante. Estamos actualmente a trabalhar em testes iniciais de serviços de telemedicina, tentando ligar os nossos profissionais de saúde aos utilizadores finais”, garantiu o gestor.
Uma aposta na cobertura universal
Agora com o reconhecimento mundial, ao vencer recentemente o prémio internacional de melhor tecnologia de Ehealth, Pedro beirão contou à FORBES que se pretende alcançar uma cobertura universal de saúde, que inclui protecção contra riscos financeiros, acesso a serviços essenciais de saúde de qualidade e acesso a medicamentos e vacinas essenciais seguras, eficazes, de qualidade e acessíveis para todos.
“Queremos expandir os nossos serviços de entrega a todo o País, para os produtos que são autorizados para entrega. Infelizmente a legislação angolana ainda não permite a entrega de medicamentos sujeitos à receita médica ao utente, ao contrário de outros países africanos, como o Quénia”, lamentou.
Questionado sobre o que representa a distinção recentemente conquistada, Beirão alude que “o prémio representa orgulho e reconhecimento do trabalho de uma equipa fantástica, que tem estado a esforçar-se para melhorar o acesso aos serviços de saúde”. Considerou ser também o reconhecimento do talento angolano numa escala global. “Mostramos que nós angolanos, somos capazes de fazer e de construir plataformas valorizadas a nível mundial”, enfatizou.
A Appy Saúde tem mais de 60 clientes especializados no sector da saúde nacional, entre farmácias, clínicas, seguradoras e distribuidores. O aplicativo tem um core de 10 funcionários a tempo inteiro na sua estrutura e trabalha com um grupo de cerca de 20 desenvolvedores alocados por projecto, num modelo de prestação de serviço.