O Banco Nacional de Investimento (BNI) e o Moza Banco foram os dois bancos moçambicanos com os rácios de crédito em incumprimento mais elevados no segundo trimestre, mas a maioria está acima dos 5% recomendados pelo banco central.
De acordo com o relatório sobre os Indicadores Prudenciais e Económico-Financeiros divulgado há dias pelo Banco de Moçambique, o BNI – que integra a lista do banco central de instituições com menos de mil clientes – fechou o segundo trimestre deste ano com um rácio de crédito em incumprimento (NPL) de 60,45% do total concedido (48,44% no trimestre anterior) e um rácio de cobertura de NPL de 13,03%.
Segundo a Lusa, entre os cerca de 15 bancos comerciais da listagem do banco central segue-se o Moza Banco, quinto maior banco do país, intervencionado em 2016 após o colapso do accionista português BES e actualmente participado em 3,54% pelo Novo Banco, com um rácio de NPL de 26,53% (20,12% no trimestre anterior), mas um rácio de cobertura de 87,29%.
No relatório de estabilidade financeira de 2022, divulgado em Junho passado, o Banco de Moçambique refere que o sector bancário “manteve-se sólido e resiliente” naquele período, com crescimento de resultados e níveis adequados de capitalização e liquidez.
“Entretanto, no que concerne à qualidade do activo, o índice de crédito em incumprimento situou-se em 8,97%, acima do benchmark aceitável de 5,0%”, lê-se no referido documento.
Da lista divulgada pelo banco central, apenas o First Capital Bank (FCB), Ecobank e Standard Bank apresentam um rácio de NPL inferior ao recomendado, respetivamente de 0,43% (rácio de cobertura de 55,96%), de 0,66% (rácio de cobertura de 15,29%) e de 2,40% (rácio de cobertura de 57,55%).