O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou a uma reforma urgente do Conselho de Segurança, criticando a sua estrutura desactualizada e a falta de representação africana, o que prejudica a credibilidade e a legitimidade do órgão.
Ao dirigir-se ao Conselho na Segunda-feira, António Guterres sublinhou que a composição do Conselho de Segurança reflectia o equilíbrio de poderes no final da Segunda Guerra Mundial e que não conseguiu acompanhar o ritmo de um mundo em mudança, segundo o organismo internacional.
“Em 1945 (quando foi criado), a maioria dos países africanos ainda estava sob o domínio colonial e não tinha voz nos assuntos internacionais”, disse Guterres na reunião do Conselho convocada pela Serra Leoa.
“Não podemos aceitar que o principal órgão de paz e segurança do mundo não tenha uma voz permanente para um continente de mais de mil milhões de pessoas […] nem podemos aceitar que as opiniões de África sejam subvalorizadas em questões de paz e segurança, tanto no continente como a nível mundial”, afirmou, citado pela Lusa.
Para garantir a plena credibilidade e legitimidade deste Conselho, segundo Guterres, é necessário atender aos apelos da Assembleia-Geral das Nações Unidas, de vários grupos geográficos e de alguns membros permanentes “para corrigir esta injustiça.