Os angolanos esperam este ano que o Governo reduza o Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (IRT), a julgar pela desvalorização da moeda nacional do aumento galopante de vida.
“É o que se deve fazer para que a situação mude no país, mude deste ano que não seja igual ao ano passado”, pediu o cidadão Leonardo Quisambo, ouvido pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA.
Segundo Leonardo Quisambo, o Governo deve implementar medidas mais assertivas para que as pessoas possam desenvolver as suas actividades, a fim de facilitar a situação social e económica das famílias.
Para Luciana Doelma, as reformas são vistas como medidas necessárias para captação de investimento.
“Então, se primarem pela atracção de investidor e não em políticas que assustem ou impedem o cidadão a investir, teremos mais empresas e investidores que irão contribuir para o crescimento económico do país”, disse.
A cidadã apela ao Governo a primar pelas reformas fiscais eficazes para que haja, de facto, a tal almejada diversificação da economia em vários sectores que precisam de investimentos.
A educação, apontou, também carece de mais investimentos para garantir a formação de quadros qualificados e capazes de assegurar o sector produtivo.
“Este ano poderá ser de crescimento económico, mas também de grandes desafios, embora o Governo apresente previsões optimistas com taxas e percentagens diferentes”, referiu Luciana Doelma.
Por sua vez, António Adriano Ginga pediu que a cesta básica fosse reduzida para compensar o poder de compra das famílias.
Situação económica de Angola e das famílias pior nos últimos 12 meses
A situação económica de Angola e das famílias piorou nos últimos doze meses, sobretudo com o aumento do desemprego e dos preços dos bens e serviços, revela o indicador de confiança do Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano.
Segundo o Inquérito de Conjuntura do Consumidor referente ao terceiro trimestre de 2024, elaborado pelo INE e divulgado Segunda-feira, a maioria dos entrevistados, numa amostra de 3.000 famílias das 18 províncias angolanas, perspectivam um aumento dos preços dos bens e serviços nos próximos 12 meses.
Há seis semestres consecutivos que o Indicador de Confiança dos Consumidores em Angola mantém a tendência decrescente, realçando o baixo grau de optimismos das famílias angolanas, refere o estudo.
De acordo com o inquérito, influenciou negativamente o grau de optimismo das famílias angolanas a previsão de aumento de desemprego, as baixas expectativas relacionadas com a situação económica do país e financeira das famílias nos próximos 12 meses, bem como a situação económica atual dos agregados.
Os agregados familiares, quando questionados se na actual situação económica do país acham possível poupar dinheiro, 22% disseram que sim, uma queda de 0,9 pontos percentuais em comparação ao trimestre homólogo.