“Towétowé, a doçura de um conto africano” é o título da primeira obra literária da escritora angolana, Maria do Rosário Carrolo, que narra a história de duas jovens adolescentes que ao se dirigirem ao arimbo para colherem folhas de mandioca, que a avó lhes tinha pedido, mudam completamente as suas histórias de vida.
O conto que narra a beleza da natureza da floresta do Amboim de então, onde Lemba e Kangila viviam, convida igualmente o leitor a uma fascinante viagem de vivência familiar, cultural, de valores humanos e, sobretudo, de respeito máximo pelo meio ambiente.
O livro, apresentado neste Sábado no Centro Cultural Brasil-Angola (CCBA), foi elaborado pela editora portuguesa Honor Editora, possui 61 páginas, incluindo o glossário e o índice de provérbios.
“Towétowé “é um fruto muito doce da floresta do Amboim, localizada na província do Cuanza Sul, sua terra natal. De acordo com a escritora, que falava à FORBES ÁFRICA LUSOFONA, a obra é um “conto africano”, porque, como disse, os provérbios citados no livro não se restringem somente a Angola, mas provêm de todo o continente e encerram um saber secular comum a vários dos seus países.
No geral, Maria Carrolo ressalta que o livro é uma das histórias que uma avó conta às suas netas ao serão à volta da fogueira. “Este era um momento mágico e de comunhão entre o passado e o presente”, explica a autora. Segundo a escritora, o conto narrado por esta avó não é, apenas, de entretenimento, tem um objectivo pedagógico e didáctico e está ligado à memória colectiva africana.
“Quando conta a sua história, a avó cita provérbios que são ditos populares e exprimem a filosofia e o modo de viver de um determinado povo, neste caso o povo africano”, ressalta.
Maria, que lança agora a sua obra literária no mercado angolano, não se revê como escritora, mas sim como contadora de história. À FORBES conta que começou a escrever desde muito cedo, ainda na infância, quando ouvia as histórias da sua avó durante os serões. “Comecei na minha infância com os meus bisavós, com os meus avós, com os meus pais com todos que partilhavam o nosso serão, em que era hábito ouvir e também contar histórias. Foi lá que aprendi a contar histórias”, precisa.
Paralelamente, acrescenta, cultivou desde muito cedo o gosto pela leitura. “Na verdade, leio tudo o que me desperta interesse. Não posso dizer que há um estilo específico de que goste, particularmente, desde que ressoe em mim, eu leio”.
Natural da Gabela – Amboim, província do Cuanza Sul, Maria do Rosário Carrolo é psicóloga clínica de profissão. Trabalhou já em algumas organizações internacionais e multinacionais.