Cerca de 28,9 milhões de dólares é a quantia que deverá ser desembolsada nos próximos cinco anos para a redução pela metade, até 2030, do número de gravidezes indesejadas, abortos não seguros e mortes maternas em Angola, prevê o Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA).
A informação foi avançada nesta Quinta-feira, 03, pelo representante do UNFPA em Angola, Mady Biaye, durante a apresentação do Relatório Anual Sobre o Estado da População Mundial, cujo tema de incidência para 2022 foi “Ver o Invisível: Crise Negligenciada de Gravidez não Intencional”.
“Tendo em conta o período de implementação do Plano Nacional de Desenvolvimento 2023-2027 (PND 2023-2027), Angola vai necessitar um investimento, durante estes cinco anos, de menos de 30 milhões de dólares, 28.9 milhões de dólares, para tentar reduzir em 50% as necessidades não satisfeitas de planeamento familiar, quer dizer diminuir de 38% para 19% até 2030”, disse Mady Biaye.
O quadro da ONU ressaltou que, com a aplicação da verba em programas de educação sexual e outros, cerca de 435.000 gravidezes não intencionais, 83.200 abortos não seguros e 1.100 mortes maternas seriam evitadas por ano, devido à utilização de métodos modernos de contracepção, durante o ciclo de cinco anos da implementação do PND 2023-2027.
Segundo os dados apresentados pelo representante do Fundo das Nações Unidas para a População no país, Angola possui uma das mais altas taxas de necessidade não satisfeita de planeamento familiar, situada nos 38%, com uma situação mais preocupante entre as raparigas adolescentes, uma vez que apenas 7,6% usam contracepção moderna e 43% têm uma necessidade não satisfeita de planeamento familiar.
Os dados revelam ainda que no país a taxa de uso de contraceptivos modernos está em 12.5%, considerada uma das mais baixas da região.