Angola registou de Janeiro de 2020 a Agosto do ano em curso mais de 500 casos de denúncias de crimes informáticos, sendo que alguns já mereceram condenação dos criminosos e outros ainda continuam em processo de julgamento, disse em exclusivo à Forbes, o Director Nacional de Combate aos crimes informáticos do SIC, Edgar Cuico, à margem do evento de Investigação Corporativa e Segurança Cibernética em Angola, realizado entre os dias 6 e 7 deste mês, em Luanda.
Apesar deste facto, Edgar Cuico garante que ao nível da SADEC Angola não consta na lista de países que mais casos registam, mas alerta para a necessidade de se reforçar o sistema de segurança nacional para que Angola não seja apanhada desprevenida.
O responsável avançou que no universo dos crimes denunciados os que lideram a lista são os de difamação, injúria, burlas e os que atentam contra o património, sobretudo o financeiro.
“Os números que nos chegam diariamente ao nível da Direcção de Combate aos Crimes Informáticos ainda não são tão alarmantes, mas consideramos que não podemos relaxar diante de um fenómeno global. Temos que estar atentos aos sinais e preparados com experiência e profissionais capazes de responder aos cenários de ataques que temos vindo a registar e poderão acontecer”, afirma.
Sem revelar números, o director nacional de Combate aos Crimes Informáticos, garantiu que já existe inúmeros casos de pessoas que foram condenadas por terem praticado os crimes em causa. “Felizmente o nosso Código Penal já tem normas que nos permite fazer o enquadramento e os criminosos serem punidos. Havia este vazio no nosso ordenamento jurídico relativamente a criminalização de condutas praticadas com recurso à informática e as novas tecnologias de informação”, esclarece.
Angola tem, nos últimos tempos, segundo o responsável, partilhado experiências com alguns países que têm sabido lhe dar muito bem com estes crimes, como são os casos da África do Sul, Namíbia, Zimbabué, Botsuana, Espanha, Brasil e Portugal.
“Pretendemos alargar essa partilha de conhecimento também com alguns países da Ásia que conhecemos terem um sistema de segurança muito avançado e que implementados em Angola seria um valor acrescentado. Felizmente temos usado uma plataforma que, mesmo à distancia, tem nos permitido aprender e partilhar experiências com estes países”, finalizou.
O primeirpo evento sobre investigação corporativa e segurança cibernética em Angola foi realizado pela CyberSecur – empresa de estratégia de defesa cibernética – e a SP Midia, detentora da marca Portal de TI.