O ministro angolano da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, revelou há dias que o Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria Geral da República de Angola recuperou, nos últimos três anos, cerca de 6,7 mil milhões de dólares, no quadro do combate à corrupção.
O ministro que falava durante o workshop regional sobre o acompanhamento acelerado da implementação da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, na cidade do Cabo (África do Sul), avançou também que no mesmo período foram recuperados, em dinheiro e bens, 5.329 milhões de dólares.
Trata-se de bens móveis e imóveis, constituídos com fundos públicos ou vantagens do crime, entre os quais, fábricas, supermercados, edifícios, residenciais, hotéis, participações sociais em instituições financeiras e em diversas empresas rentáveis.
Dos valores em causa, prosseguiu, 2.709 milhões de dólares e 2.620 milhões de dólares foram em bens móveis e imóveis como fábricas, edifícios e participações sociais, centralidades domiciliados no país.
Segundo o ministro, também foram apreendidos e/ou arrestados, no mesmo período, no exterior do país 6.157 milhões dólares em dinheiro e bens, designadamente na Suíça, Portugal, Singapura, Bermudas, Reino Unido, Luxemburgo, Mónaco entre outros países.
Francisco Queiroz chamou a atenção dos presentes sobre a necessidade de mudança do quadro em relação à posição da região Austral de África nos índices de percepção sobre a corrupção.
“Os resultados obtidos pela Transparência Internacional, no ano de 2021, em relação ao Índice de Percepção da Corrupção, que colocam a Região da África Subsaariana entre a região com menor pontuação, obtendo uma média de 33 pontos numa escala de 0 a 100, é preocupante”, observou.
O governante angolano defendeu a urgência em reverter essa situação e apelou à implementação rigorosa da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção nos países da região.