O Governo angolano pretende manter a produção de petróleo acima de um milhão de barris por dia, nos próximos anos, para mitigar o declínio acentuado no upstream, segundo afirmou nesta Quarta-feira, 13, em Luanda, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, durante a abertura da 4ª edição da Conferência e Exposição Angola Oil & Gas 2023.
Para a concretização deste objectivo, segundo o governante angolano, estão em curso acções de exploração em áreas de desenvolvimento, o redesenvolvimento de campos maduros, a extensão dos períodos das concessões, bem como a aplicação de novos termos fiscais e contratuais em campos marginais.
No que diz respeito a sustentabilidade da produção a mais longo termo, apontou, o Governo delineou várias estratégias para o sector com um grande potencial para captaçao de investimento privado nacional e estrangeiro.
“Ainda no upstream, para a sustentabilidade do sector, estão a ser desenvolvidas acções para a exploração e produção do gás natural, um recurso importante para a transição energética, com ganhos económicos, sociais e ambientais para o país. Um exemplo foi a constituição do Novo Consórcio de Gás (NCG), que irá numa primeira fase desenvolver os campos de gás não associado Quiluma e Maboqueiro, para fornecer gás a fábrica Angola LNG e a fábrica de produção de amónia e ureia no Soyo. Posteriormente, o NCG dedicar-se-á a exploração, desenvolvimento e produção de outros campos de gás natural não associado”, disse.
De acordo com Diamantino Azevedo, o Plano Director do Gás Natural, “em fase de consulta com os parceiros do sector”, constituirá a estratégia para o desenvolvimento deste recurso, que irá contribuir para a diversificação da economia do país, com a criação de indústrias petroquímicas, siderúrgicas, garantindo oportunidades de investimento, principalmente para o sector privado.
Quanto ao midstream e downstream, prosseguiu, Angola oferece oportunidades de investimentos nas áreas de refinação, armazenagem, transporte, distribuição e comercialização de produtos derivados do petróleo, mas também na construção de postos de abastecimento, para melhoria do sistema de distribuição.
“Para atingir a autossuficiência em derivados de petróleo, o Executivo aprovou a construção de três novas refinarias, em Cabinda, Soyo e Lobito, e a construção de instalações de armazenagem em terra com destaque para o Terminal Oceânico da Barra do Dande, cuja primeira fase deverá estar concluída em 2024, com capacidade de armazenagem de 582 mil metros cúbicos de gasóleo, gasolina e LPG e que deverá contribuir para a expansão do fornecimento de combustíveis”, assegurou Diamantino Azevedo.