Angola quer chegar até ao ano 2038 com um total de 21 novos centros logísticos intermodais que incluam serviços alfandegários e serviços administrativos afins integrados, projecto que já se iniciou esta Quarta-feira, 17, com a abertura do concurso público internacional das plataformas logísticas do Soyo e do Luvo, anunciou o ministro dos Transportes, Ricardo Viegas de Abreu.
De acordo com a agenda do Governo de Angola, para a materialização da iniciativa de construção dos 21 novos centros logísticos, o país prevê desembolsar um total de 445,5 milhões de dólares, verbas que serão aplicadas na modalidade de parceria público-privada, ou seja, os custos do projecto serão assumidos pelo Estado e o sector privado.
“Poderão [as plataformas] ser de âmbito nacional, regional, transfronteiriço, urbano, portuário ou aeroportuário, com o grande fito de servir de ponte e aproximar os centros de produção aos mercados consumidores, trazendo consigo soluções tecnológicas inovadoras e integradas, para desmaterialização e desburocratização de processos e procedimentos administrativos, a montante, e optimização de custos a jusante, através da Janela Única Logística (JUL), beneficiando os operadores e os consumidores finais”, antevê Ricardo de Abreu, que falava no final da cerimónia de lançamento das plataformas do Soyo e Luvo.
Para o governante, as plataformas logísticas do Soyo e do Luvo “espelham a visão integrada do sector e o seu papel de facilitador e catalisador de outros sectores”, com base numa “avaliação rigorosa” de todo o potencial disponível.
Para já, e com a plataforma do Soyo, a movimentação de carga do porto daquele município está projectada para chegar as 664 mil toneladas, em 2038, contra as actuais 323 mil toneladas.
Neste momento, são movimentadas mais de 150 mil toneladas de mercadoria diversa para exportação, pelo posto fronteiriço do Luvo, e pouco mais de 5 mil toneladas de importações. “Conseguimos facilmente perceber a vocação e potencial exportador da nossa economia, no seu papel de facilitação do comércio transfronteiriço, com os nossos vizinhos e irmãos”, salientou o ministro.
A Plataforma Logística do Soyo ocupa uma área de 15 hectares e estará equipada com seis entrepostos, parque de contentores, parque de estacionamento de viaturas pesadas e diferentes armazéns, oficinas de reparação, posto de abastecimento de combustível e edifícios, serviços administrativos e de comércio, além de que terá também um porto seco, de 25 hectares, a ser construído na área do campo oito.
Já a plataforma do Luvo, que se situa mais para o interior, a apenas 11 km da fronteira com a República Democrática do Congo, poderá servir, segundo Ricardo de Abreu, a vocação exportadora do país para produtos agrícolas, minerais, madeira e a indústria pesqueira, para além da capacidade de armazenagem de combustíveis e outros produtos refinados.
“São actividades que vão lucrar com a instalação desta infra-estrutura, que funcionará como um ponto estratégico para a facilitação do comércio transfronteiriço. Nos 18 hectares deste projecto logístico, serão construídos seis entrepostos, parque de contentores e estruturas administrativas e de apoio ao comércio”, avançou o responsável, diante de quadros dos sectores portuário, logístico e do governo provincial do Zaire.
*A FORBES viajou à província do Zaire a convite do Ministério dos Transportes de Angola