Angola prevê atingir uma capacidade instalada de produção de energia eléctrica de 8 mil Megawatts (MW) até ao ano de 2027 e uma taxa de electrificação de 50% da população, num investimento de cerca de 17,2 mil milhões de dólares.
A informação foi avançada esta Quinta-feira, 26, em Luanda, pelo ministro da Energia e Águas do país, João Baptista Borges, na 7ª edição do Mercado Africano de Energia (AEMP), tendo indicado que o aumento da capacidade será feito no âmbito do seu Plano de Desenvolvimento Nacional 2023-2027, alinhado com a Agenda de Longo Prazo 2050.
O ministro da Energia e Águas defendeu a necessidade de se adoptar soluções de electrificação on grid e off grif, que permitam ganhar escala e atender regiões remotas. “Aqui, destacamos a adopção das mini e micro redes. No quadro dos projectos em curso, desenvolveremos um programa de electrificação que atenderá mais de 6 milhões de pessoas nas províncias do Leste e Sul do país”, afirmou.
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), segundo garantiu, está a apoiar o Governo na definição dos modelos de mini redes e prevê-se a sua implantação em localidades a identificar no planalto central de Angola.
João Baptista Borges defende ainda a melhoria da performance do sector público, com a redução de perdas comerciais e a modernização da prestação de serviços de natureza técnica, assim como a modernização da prestação de serviços de natureza técnica e comercial aos clientes.
“As empresas públicas e em particular a ENDE necessitam de ver ampliada a sua capacidade para realizarem acções de manutenção e ao mesmo tempo investimento, só possível com um aumento da arrecadação de receitas”, referiu.
A massificação da instalação de contadores pré-pagos, com o objectivo de instalarmos dois milhões de unidades até ao final de 2027, realçou, é uma das acções de carácter prioritário nessa direcção, complementanda com a modernização dos serviços de gestão e comercial da ENDE.
O governante ressaltou a participação do BAD no financiamento da instalação de 1 300 contadores pré-pagos, que pretendem implementar com maior celeridade, tendo afirmado que a ENDE necessita que cada vez mais as tarifas reflictam os custos. “Os custos de produção de energia devem ser cada vez mais reduzidos, com o emprego de fontes energéticas endógenas e verdes ou quase, como são os casos da água, do sol e do gás”, apontou.
Ainda no capítulo da reforma no sector eléctrico, João Baptista Borges reforçou que se pretende estabelecer modelos de concessão de licenças para gestão de sistemas isolados ou mini grids, promovendo a criação de pequenas e médias empresas de implantação local que actuem em nome do concessionário nacional.
“Pretendemos igualmente promover a construção de um sistema de transporte de energia eléctrica que ligue à Zâmbia e integre o nosso sistema eléctrico nacional, integrado no sistema da SADC, estando em equacionamento o modelo de financiamento”, avançou.