Cerca de 3,1 mil milhões de dólares é quanto o Estado angolano prevê investir, no quinquénio 2023-2027, para transformar o país em um dos maiores produtores agrícolas do continente africano, segundo revelou o ministro da Economia e Planeamento do país, Mário Caetano João.
“Temos uma densidade populacional muito baixa, muitas terras aráveis que não são habitadas, recursos hídricos que representam cerca de 5% dos recursos hídricos do mundo e situações climatéricas propícias que fazem com que, tendo recursos financeiros, capacidade técnica dos implementadores e também um ambiente de negócio propício. Acreditamos que em cinco anos podemos sim estar na lista dos principais produtores, principalmente de grãos – milho, soja, trigo e de arroz – de África”, disse o governante.
O ministro que falava à imprensa à margem da “Mesa-redonda do Desenvolvimento Angolano”, organizada nesta Quinta-feira, 24, em Luanda, pela The Business Year (TBY), disse acreditar “não ser algo muito muito difícil de se fazer”, pelas vantagens comparativas que Angola apresenta.
A estratégia do governo angolano, explicou, será sustentada por três eixos, entre os quais o Plano Nacional de Fomento para a Produção de Grãos (Planagrão), que vai receber anualmente durante o referido quinquénio, um financiamento de cerca de 500 milhões de dólares, apenas para a produção de grãos, e mais 500 milhões de dólares para a construção das infra-estruturas.
Os outros dois eixos da estratégia são o Plano Nacional de Fomento das Pescas (Planapescas 2023-2027), que contará com um investimento de cerca de 300 milhões de dólares, bem como o Plano Nacional de Fomento da Pecuária (Planapecuária), que vai receber a mesma quantia – 300 milhões de dólares.
“Nunca tivemos um investimento maciço desta forma na agricultura ou no agronegócio como tal, mas o fundamental aqui é que estes planos (Planagrão, Planapesa e Planapecuária), não foram feitos apenas pelo sector. Estamos agora a ter uma abordagem bem mais transversal”, assegurou Mário Caetano João.
O governante esclareceu que “tudo isso” [os cerca de 3.1 mil milhões de dólares] serão recursos do Tesouro Nacional que vão ser capitalizados no Banco de Desenvolvimento de Angola, e este, por sua vez, vai repassar as verbas ao sector privado.