O Presidente da Associação dos Portos de Angola (APANG), Alberto Bengue, disse nesta Segunda-feira, 15, em Luanda, que Angola está a preparar-se para ter Portos Pivôs a nível da região austral para enfrentar os desafios da Zona de Livre Comércio Continental que Angola aderiu.
falando à imprensa à margem do XII Congresso da APLOP – Associação dos Portos de Língua Portuguesa, que encerra hoje, Alberto Bengue garantiu que existe por parte de todos os envolvidos o interesse de se alcançar este objectivo e “fazer de Angola um país muito bem assente e competitivo”, em termos de movimentação de cargas e descarga de mercadorias.
“Os Portos Pivôs que pretendemos que entrem em funcionamento, o mais rápido possível, serão portos rápidos que terão um papel importante na recepção de cargas de navios de grande porte e fazer as suas distribuições com navios pequenos ao nível da região”, disse o também PCA da empresa portuária de Luanda.
Por outro lado, o gestor acrescentou que com a entrada em funcionamento das referidas infra-estruturas Angola estará numa posição privilegiada em termos de movimentação de cargas e descarga de mercadorias, o que permitirá que passem pelo país navios de grande dimensão,” com equipamentos capazes de movimentar o tipo de carga que se quer para o futuro”, afirmou o Presidente da Associação dos Portos de Angola”.
Na reunião da APLOP, a Associação dos Portos de Angola manifestou o interesse de inscrever a acção de aumento de movimento de mercadorias e passageiros por via marítima e as relações comerciais entre as comunidades portuárias. Segundo o seu presidente, o que se pretende é criar portos grandes, que recebem cargas do estremo Oriente, da Europa, da América e fazer-se a devida distribuição com navios pequenos para a região e os grandes centros de distribuição logística.
Por sua vez, o ministro angolano dos Transportes, Ricardo Viegas de Abreu, que virtualmente procedeu a abertura do evento, afirmou que Angola está apostada na finalização de um conjunto de reformas estruturais na área da actividade portuária, nomeadamente na criação da Agência Marítima Nacional.
No seu discurso, o governante alertou para a necessidade de os Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) estarem alinhados com as melhores práticas da actividade portuária e sublinhou o empenho de Angola nesse esforço.
“Todo o esforço do Governo [angolano], neste momento, centra-se, efectivamente, no fortalecimento dos portos nacionais para que sejam inovadores, resilientes, sustentáveis e ao serviço, quer da economia nacional, quer da sub-região austral onde nos inserimos, continental e globalmente, tomando também interesse particular o espaço lusófono”, Viegas de Abreu.
A importância estratégica desta acção, justifica o ministro, tem com o fim conseguir estabelecer jurisdições portuárias orientadas para cada vocação específica económica e comercial, mas, acima de tudo, assegurar que as seis empresas portuárias nacionais respondam de forma efetiva à dinâmica económica de cada uma das suas respetivas jurisdições.
O evento a decorrer no formato híbrido [em modo presencial e online], na Escola Nacional de Administração e Políticas Públicas (ENAAP), aborda em quatro painéis vários temas, em que se destacam “Inovação e Digitalização ao serviço da competitividade portuária”, “A Resiliência dos Portos da CPLP e os Desafios da Descarbonização da Economia”, “O Direito Portuário nos Países da CPLP” e a “Internacionalização dos Portos dos Países de Língua Portuguesa”.
O XII Congresso da Associação dos Portos de Língua Portuguesa , que congregam perto de 20 oradores e moderadores, busca ideias e soluções para digitalização, a curto prazo, de todos os portos dos países-membros da CPLP para tornar o fluxo do negócio portuário mais rápido em respeito a qualidade e sustentabilidade ambiental.