O director de desenvolvimento de negócios da Ossi Yeto, subsidiária do Grupo Mitrelli, João Germano e Silva, defende que Angola pode estar na linha da frente na produção de hidrogénio verde, considerada uma das soluções energéticas com mais viabilidade no futuro.
O responsável, que teceu tais considerações no primeiro Fórum Energia e Ambiente, que decorreu recentemente em Luanda sob o lema “Transição Energética em Angola”’, justificou está vantagem do país pelo facto de ter a capacidade de produzir energia verde e renovável, principalmente com seus recursos hídricos, complementados com os recursos solares e eólicos.
João Germano e Silva participou no ‘Desconstruindo’ – um novo formato de análise que dá voz ao cidadão, a empresas e a especialistas -, criado pelo jornal Expansão, promotor do evento, onde apresentou a sua visão no tema “Angola num mundo sem petróleo”.
Citado numa nota de imprensa a que a FORBES ÁFRICA LUSÓFONA teve acesso, o especialista disse ser um pouco prematuro fazer referência de um mundo sem petróleo. “Ainda estamos a viver a influência da necessidade do petróleo como fonte energética”, afirmou.
No entanto, acrescentou, temos a obrigação de nos preparar para esse momento, sendo que Angola, em particular, e África, no geral, têm condições privilegiadas para o efeito. Para João Germano, apesar de Angola ser dos maiores produtores de petróleo em África, “está a desenvolver um projecto ambicioso para a utilização de energias limpas”, tendo como meta atingir 77% de utilização de energias renováveis até 2027.
“Agrada-me a visão que esteve por detrás deste objectivo. Hoje já temos a capacidade de produzir energia para exportação. Cerca de 60% da energia que produzimos podia ser canalizada para exportação. Vamos aumentar ainda mais a nossa capacidade de produção, sendo que muita dessa capacidade será para responder às nossas necessidades locais e nacionais. No entanto, este aumento vai permitir-nos também exportar para os países limítrofes e, deste modo, capitalizar bastante a balança económica e ter uma forte influência geopolítica na região”, enfatizou o responsável da Ossi Yeto, citado no documento.