A política de exploração e produção de petróleo de Angola não está subordinada às decisões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), esclareceu o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo.
“Nas vestes da função que exerço, se sentir que a nossa presença na OPEP começa a beliscar os interesses do país, não teria nenhum pejo em eu próprio dizer ao nosso Presidente [da República] que medidas tomar”, disse o governante, durante a sessão de pergunta e resposta, no rodshow para adjudicação de 12 blocos petrolíferos nas bacias Terrestres do Kwanza e do Baixo Congo, quando questionado sobre os motivos que levaram alegadamente Angola e a Nigéria a saírem da última reunião da OPEP zangados.
O ministro foi mais longe, asseverando que se tal implicasse a suspensão ou a saída de Angola da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, teria coragem de o fazer, afirmando que em primeiro lugar estão os interesses do país.
“Mas dizer também que, até ao momento, a nossa presença na OPEP é necessária, útil a nós como país produtor de petróleo”, considerou, garantindo, no entanto, que “nada de anormal se passou na [última] reunião da organização.
De acordo ainda com Diamantino Azevedo, desde a primeira vez que participou na reunião da OPEP, tem demostrado uma presença activa e sempre no sentido de defender os interesses de Angola.
“Não faria sentido o ministro, acompanhado do PCA da agência [ANPG] e do PCA da Sonangol, fazerem uma viagem até Viena para irem passear. Fomos lá para trabalhar. Portanto, não esperem de mim ir a qualquer evento entrar mudo e sair calado”, reireou.
O governante explicou ainda que, normalmente, existem duas reuniões: a reunião da OPEP, um dia antes, e da OPEP+, no dia seguinte. “Não tive a oportunidade de participar na reunião da OPEP+, mas não abandonei a reunião. Já abandonei uma vez uma reunião, mas depois voltei, e vocês nem souberam disso, mas não foi o caso desta vez”, assegurou Diamantino Azevedo.