O director do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola (UCAN), Manuel Alves da Rocha, afirmou há dias, em Luanda, que Angola não dá importância ao papel das instituições para o desenvolvimento económico.
“Ainda hoje com os meus colegas do CEIC, discutimos com uma entidade governamental sobre a importação das instituições e os casos que nos citamos e que vieram para a mesa são recorrentes, em que basta ver a alteração do responsável de uma instituição para que tudo que está a ser feito seja posto em causa”, indicou o académico, que falava durante a conferência de imprensa de esclarecimento da final internacional do Global Management Challenge (GMC) 2022.
Entre os vários exemplos dados para justificar o que alega, o economista apontou a reforma do Estado. “Eu já estou a presenciar não sei quantas reforma do Estado. Não sei se são oito ou nove reformas do Estado, e elas acabam por nunca chegar ao fim”, disse.
De acordo com Alves da Rocha, tal como a diversificação da economia, as reformas são permanentes. No entanto, defende que o país deve dar importância a um elemento crucial, a mentalidade. “Nós não temos mentalidades de reformas. É, por isso, que iniciamos um trabalho qualquer, muda-se a super-estrutura institucional e esse trabalho é interrompido e substituído por outro qualquer”, frisou.
No entender do director do CEIC da UCAN, as instituições são o quadro de referência para as decisões de investimentos, “sejam decisões de investimentos internos, sejam decisões de investimentos externos”, alertou.
Para o investigador, do ponto de vista institucional, enquanto Angola não for um país equilibrado, estável e previsível não vai haver investimento externo directo. “Disso não tenho dúvidas e os sinais veem de fora, os sinais que nós temos internamente quando somos contactados por empresários americanos, namibianos, franceses, portugueses e sul africanos, a sensação que nos fica e que de facto Angola não tem instituições capazes de dar guarida da melhor possível e retirar do investimento externo directo as vantagens que normalmente apresenta”, argumentou.