Um total de 6,7 mil milhões de dólares foi quanto o Tesouro angolano arrecadou, no segundo trimestre deste ano, com a exportação de 97,99 milhões de barris de petróleo bruto, com a China a absorver maior parte da commodity, revelam números do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, tornados públicos nesta semana.
De acordo com o balanço do período, foram decisivos para a captação dos fundos a recuperação dos preços do petróleo bruto nos mercados internacionais, com o brent, que serve de referência para as exportações angolanas, a recuperar acima dos 70 USD, ajudado pela decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) de cortar na produção, pela recuperação da riqueza mundial, além do aumento da procura do produto a nível global, influenciada também pelo resultado da acção global de vacinação contra a covid-19.
Ao apresentar os detalhes do negócio, Alexandre Barroso, secretário de Estado para o os petróleos, indicou que, do volume exportado, 22,52% corresponde à quota parte da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), concessionária nacional, e 16% à Sonangol E.P., petrolífera estatal, tendo as ramas “Dália”, “Mostarda” e “Nemba” liderado as exportações.
No período, o maior volume de petróleo bruto foi exportado para a China, com 72,85%, seguindo-se a Índia e Singapura com 5,85% e 3,88% respetivamente.
Pelas contas do secretário de Estado para os Petróleos, os volumes exportados durante o segundo trimestre representam um aumento de aproximadamente 0,11%, face ao primeiro trimestre, e uma diminuição de 13,89%, comparativamente ao trimestre homólogo de 2020.
Barroso avançou ainda que, quanto ao preço médio de exportação, registou-se um aumento de 151,85%, comparativamente ao período homólogo de 2020, tendo nesta altura o preço médio sido de 27,2 dólares por barril. Já no primeiro trimestre deste ano, verificou-se um aumento de 11,25%, sendo que o preço naquele trimestre foi de 61,6 dólares por barril.
No sector de gás, as exportações totalizaram cerca de 1,17 milhões de toneladas métricas, das quais 74,59% correspondem a LNG [gás liquefeito], 16,62% à gás propano, 2,95% a gás butano e 5,84% a condensados. Para as exportações destes produtos, foram praticados os preços médios ponderados de 502,1 dólares por tonelada métrica para o LNG, para o gás propano 433,1 dólares por tonelada métrica, para o gás butano 507,8 dólares por tonelada métrica e 525 dólares, por toneladas métricas por condensados.
Índia à frente na compra de LNG
De acordo com Alexandre Barroso, a Índia foi quem liderou a compra do gás natural liquefeito de Angola, com a absorção de 32,47% do produto, seguido pela China, com 14,77%, e o Paquistão, com 14,65%, enquanto o principal destino do gás propano e gás butano foi a China, com 28,57% e 99,20% dos totais exportados.
Entre os destinos das vendas do país no exterior, destaque para a República do Congo, que, segundo as estatísticas, foi o único país africano que importou gás produzido em Angola, com cerca de 0,8% do total do gás butano exportado.