O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente angolano, Adão de Almeida, destacou nesta Terça-feira, em Luanda, que os ideais da “dignificação do homem” de Amílcar Cabral foram úteis e continuam necessários, mesmo sendo diferentes os actuais desafios.
Adão de Almeida, que falava durante a abertura de um colóquio internacional alusivo ao centenário de Amílcar Cabral, promovido pelo Ministério das Relações Exteriores de Angola, disse que a força dos ideais é intemporal e renova-se de geração em geração, considerando que “homens da estatura de Amílcar Cabral são intemporais”.
“Os seus ideais foram úteis ontem e são necessários hoje. Os desafios são diferentes, mas a sua razão de ser é a mesma: a dignificação do Homem”, frisou o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República.
Para o governante angolano, o desafio da dignificação do homem é contínuo e actual, e assim como inspirou Amílcar Cabral e seus companheiros para a luta pela liberdade e dignificação dos povos africanos, deve também inspirar a geração atual “na luta pelo bem-estar, pelo desenvolvimento e pela construção de Estados capazes de proporcionar iguais oportunidades para todos”.
O governante angolano salientou que o colóquio “é uma forma de exaltar o centenário de Amílcar Cabral”, mas também um chamamento à reflexão sobre os desafios de hoje.
“Hoje, o desafio não é a colonização tradicional, mas as várias formas de neocolonização”, declarou.
De acordo com Adão de Almeida, o desafio hoje é saber “como fazer da globalização uma realidade positiva e não uma desistência do nacionalismo africano, particularmente num momento em que a ordem económica mundial é ameaçada por movimentos nacionalistas extremistas e xenófobos”.
“O desafio é a transformação estrutural da nossa economia para que sobreviva aos choques externos, naturais em contextos de interdependência entre povos, economias e culturas. Só uma economia forte e estruturalmente diversificada é capaz de gerar empregos e pagar bons salários”, observou o ministro, citado pela Lusa.