A empresa espanhola Pascual e a angolana Refriango investiram cinco milhões de dólares na implantação de uma fábrica de produção de leite, inaugurada neste Sábado, 25 de Fevereiro, com o objectivo de tornar Angola auto-suficiente em produtos lácteos.
De acordo com o director executivo da Refriango, Diogo Caldas, a fábrica de leite da marca Pascual, situada no complexo Industrial do Kikuxi, em Viana, tem capacidade instalada para produzir cerca de 20 mil litros de leite por hora. A infra-estrutura possui quatro linhas de produção, das quais duas dedicadas ao leite UHT e as outras ao leite em pó.
“A produção de produtos lácteos vem complementar a nossa oferta de portefólio e assegurar o desenvolvimento da cadeia de valor”, referiu Caldas.
O gestor afirma que a empresa que dirige “têm desenvolvido um bom trabalho no sector industrial”, e que os parceiros internacionais que se associam à ela “vêm confirmar o reconhecimento do parque industrial e colocá-lo num patamar de reconhecimento e capacidade de oferecer produtos de qualidade, sendo que o Know-how industrial é um trabalho de equipa com a Nuvibrands”.
Relativamente a matéria-prima, fez saber, uma boa parte está a ser importada do Reino de Espanha, Portugal e Nova Zelândia, sendo que a outra – embalagens, cápsulas de plástico e materiais para cartões – é adquirida localmente.
Por sua vez, Tomás Meléndez, director da área internacional da Pascual, referiu que a presença da empresa há mais de 25 anos em Angola, com os iogurtes, superou as suas próprias expectativas. Tomás apontou que o foco da empresa é se tornar numa referência na produção de lácteos e continuar a abrir novas linhas de negócios, a fim de contribuir não só para o desenvolvimento de Angola, mas também para a elevação do nível social do país.
“A nossa ambição é que Angola seja capaz de se auto-abastecer sem depender de importações, com produtos nutritivos e com a máxima qualidade, gerando, ao mesmo tempo, emprego em toda a região”, indicou.
Meléndez frisou que com o novo projecto foram criados mais de 150 postos de trabalhos, divididos entre a área comercial, marketing, operações e qualidade, realçando que, se tudo correr como esperado, a ideia é aumentar o número de colaboradores.
Para o ministro da Indústria e Comércio de Angola, Victor Fernandes, que testemunhou o acto de inauguração, por se tratar de uma linha de produção que está a começar agora, é prematuro estimar que a mesma venha a garantir a auto-suficiência. De acordo com o governante, que saudou o investimento e a parceria entre as duas grandes empresas, o ideal é ter-se no país entre 30 a 40 fábricas com a mesma capacidade.
Victor Fernandes aproveitou a ocasião para esclarecer que a importação de laticínios em Angola é igual ao consumo, representando aproximadamente 90%. “Esta parceria permitirá que parte dessa importação não se faça mais, uma vez que a produção local garantirá preços mais acessíveis e as pessoas ao invés de irem comprar o produto importado irão optar pelo que está a ser feito cá”, prognosticou.
*Luzia dos Santos