Angola consta na lista dos 32 países que diminuíram em 50%, ou mais, o seu Índice Global de Fome (IGF) desde 2000, apresentando ainda assim um nível “grave”, segundo o relatório anual “Transformação dos Sistemas Alimentares e Governação Local”, referente a 2022, divulgado nesta Quinta-feira, 13.
O documento, elaborado anualmente pelas Organizações Não-Governamentais (ONG) Welthungerhilfe e Concern Worldwide, analisa o estado da fome no mundo, diz identificar “sinais de progresso”, embora considere “sombria e lúgubre” a situação global.
Desde 2000, 32 países viram o seu IGF diminuir em 50% ou mais, incluindo pelo menos um país de quase todas as regiões do mundo. Entre estes países está Angola, que apresenta um índice de 25,9 (64,9 em 2000), ainda assim considerado grave.
Segundo o relatório, quatro dos cinco países com níveis alarmantes de fome estão situados no continente africano, nomeadamente o Chade, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Madagáscar. O Iémen (Médio Oriente) também obtém este nível alarmante de fome.
Na África subsaariana, baixaram ainda o seu IGF em 50% ou mais o Djibuti, o Gana, Maláui e Senegal.
A nível dos países lusófonos, a Guiné-Bissau também baixou de 37,7 em 2000 para 30,8 em 2022, um nível grave. Cabo Verde apresenta um nível moderado de fome, com 11,8 (15,3 em 2000) e Timor-Leste 30,6 (37,7 em 2000). Moçambique não apresentou dados suficientes, sendo-lhe atribuído um intervalo de 20 a 34,9 do IGF.
“As crises sobrepostas que o mundo enfrenta estão a expor as fraquezas nos sistemas alimentares, desde o global até ao local, e expondo a vulnerabilidade das populações de todo o mundo à fome”, lê-se no relatório.
Apesar destes indicadores desanimadores, o reporte sublinha sinais de progresso, “já que muitos países conseguiram reduções impressionantes na fome”.
O IGF identificou 49 países com um nível de fome baixo, 36 com nível moderado, 35 grave, e nove países com nível alarmante. A escala da fome não aponta nenhum Estado com um nível extremamente alarmante.