Angola assumiu hoje a presidência rotativa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), durante a 43.ª cimeira ordinária dos líderes políticos da organização regional, que decocorre em Luanda.
Ao proceder o discurso de aceitação, o novo Presidente da SADC e também da República de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, disse que o seu país irá desenvolver uma presidência que alcança as expectativas dos cidadãos da região e ajude a acrescentar mais um pilar no desenvolvimento socio-económico e político da organização com vista à concretização futura da Visão 2050 da SADC.
João Lourenço, que sucede na liderança política do bloco o seu homólogo da República Democrática do Congo (RDC), Félix Tchisekedi, referiu ainda que vão trabalhar na diversificação dos seus investimentos para a realização de projectos e programas a nível dos Estados-membros e no âmbito regional com vista a reduzir o nível de dependência dos parceiros de cooperação internacional.
João Lourenço, aproveitou a ocasião para apelar aos Estados-membros a acelerarem a aprovação e ratificação do acordo sobre a operacionalização do fundo de desenvolvimento regional da SADC, considerando ser uma ferramenta primordial para captação dos recursos financeiros essenciais, à prossecução do ambicioso programa de industrialização regional e consequentemente ao cumprimento da agenda de integração regional da SADC.
“ Para além da aposta no capital humano, para haver industrialização dos nossos países e, consequentemente, da nossa região da África Austral, precisamos de apostar seriamente na eletrificação, no aumento considerável da produção de energia e partilha através da interligação dos nossos sistemas de redes de transmissão”, assegurou o novo Presidente da SADC.
Mas, acrescentou João Lourenço, “precisamos também de ampliar e interligar as nossas redes de vias rodoviárias e ferroviárias, garantir maior ligação aérea entre os nossos países para ver um maior fluxo de trocas comerciais e circulação de pessoas e bens para uma real integração regional”.
De acordo com João Lourenço, durante a sua presidência, vão trabalhar de esmerada, a fim de fazer frente de forma unida aos grandes desafios presentes e futuros que a organização tem pela frente.
O chefe de Estado angolano frisou também que vão trabalhar com os Estados-membros no sentido de se criar mecanismos e incentivos a nível da região que facilitem o enquadramento da mulher nos mais variados sectores onde os números ainda são preocupantes sobretudo nas áreas ligadas às engenharias e tecnologias que serão os principais desafios.
A 43.ª cimeira ordinária dos líderes políticos da organização regional decorre sob o lema “Capital Humano e Financeiro: Os Principais Factores para a Industrialização Sustentável na Região da SADC”.
A liderança política da SADC por Angola, que vai vigorar durante um ano, deverá ser marcada por dois focos de tensões, designadamente o conflito no leste da vizinha RDC e os actos de terrorismo em Cabo Delgado, Moçambique, onde a SADC tem uma força (SAMIM – Missão Militar da África Austral) para combater o fundamentalismo islâmico.