Angola ainda importa, actualmente, 20% dos derivados de petróleo, segundo avançou nesta Sexta-feira, 24, no Cuito, província do Bié, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo, na abertura da IXª Reunião do Conselho Consultivo Alargado do seu pelouro, que decorre naquela cidade.
Para o governante, “o grande problema dos países africanos, e de Angola também,” é serem essencialmente produtores de matéria-prima e exportarem os seus recursos em bruto, não fazendo aos mesmos adição de valor, acabando depois, em muitos casos, por importar os produtos finais da matéria-prima que exportaram.
“No caso concreto de Angola é o petróleo. Exportamos o crude e importamos os seus derivados. Actualmente ainda cerca de 20% de derivados de petróleo nós importamos”, assinalou Diamantino Azevedo no evento que decorre sob o lema “Fomentar as Cadeias de Valor dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás para a Diversificação Económica e Desenvolvimento Sustentável”.
De acordo com o ministro, o que se pretende com o lema escolhido é reflectir em como se pode acrescentar mais valor aos recursos do país, seja a nível de produtos intermediários, bem como de produtos finais. Porém, disse, antes disso, existem pela frente outras tarefas, sendo que a nível do petróleo o desafio principal com que se deparam é o declínio que estava na ordem dos 15%, tudo “porque o petróleo e os outros recursos minerais são, do ponto de vista humano, não renováveis”.
Foi por isso que, explicou, foram traçados alguns instrumentos, com realce para a Estratégia de Exploração e Produção – que esta a ser executada pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) -, e também a Estratégia de Licitação de Blocos Petrolíferos.
“Neste momento está-se a trabalhar num outro instrumento para fomentar a produção de petróleo, que é a produção incremental, um instrumento que já passou pelo Conselho de Ministros, e estamos agora à espera para ser caucionado pela Assembleia Nacional, que será também objecto de discussão nesta reunião”, avançou o governante.
Depois de várias apresentações sobre as realizações e os desafios do sector, o Conselho Consultivo Alargado do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPET) prossegue com dois grupos de trabalho, sendo que o primeiro, sob coordenação do secretário de Estado dos Recursos Minerais, José Alexandre Barroso, tratará de analisar e debater a “Implementação dos Objectivos, Metas e Acções Previstos no PDN 2023-2027 / PDS dos Recursos Minerais”.
Já o segundo grupo se focará na “Implementação dos Objectivos, Metas e Acções Previstos no PDN 2023-2027 / PDS do Sector do Petróleo e Gás”.
Participam do evento todos os líderes dos órgãos tutelados pelo MIREMPET, empresas e quadros do sector, bem como convidados, entre os quais altas figuras da Presidência da República, deputados à Assembleia Nacional, autoridades tradicionais e membros da sociedades civil.