Angola produziu, até Outubro último, perto de 6,5 milhões de quilates de diamantes, o que considerando a média anual de produção do país [cerca de 9 milhões de quilates], corresponde a um nível de execução de 72%, segundo avançou nesta Quinta-feira, 25, em Saurimo, capital da província da Lunda Sul, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo.
O governante, que diz acreditar que o objectivo dos 9 milhões de quilates será alcançado até ao final do ano, adiantou que, no âmbito do Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022, a meta para o próximo ano é aumentar a produção diamantífera para 10 milhões de quilates.
Discursando na abertura da Conferência Internacional de Diamantes, que decorre até esta Sexta-feira, 26, sob o lema “Angola: Destino para o Investimento Sustentável na Indústria de Diamantes”, Diamantino Azevedo referiu que, após um período de relativa instabilidade no mercado mundial, fruto da pandemia que assolou o mundo desde o primeiro trimestre de 2019, há sinais de recuperação do preço do diamante no mercado internacional.
“Com isso é estimulada toda a actividade, abrindo perspectivas positivas para o desenvolvimento da cadeia de valor deste mineral [diamante]”, anteviu.
De acordo com o ministro, a nível interno, a actual política de comercialização de diamantes e o seu regulamento, garantem ao sistema de comercialização maior transparência e liberalização do processo de compra e venda, “estabelecendo diversas modalidades de comercialização, definindo quotas de livre comercialização por parte das empresas produtoras, assentes numa negociação justa entre os intervenientes, de acordo com as regras do mercado”.
Diamantino acrescentou que as medidas adoptadas pelo executivo angolano para estimular a produção de diamantes, concorrem para as “melhorias já verificadas na arrecadação de receitas para todos os intervenientes sem excepção”.
Foco na lapidação
Por outro lado, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, afirmou que o desenvolvimento da indústria de lapidação em Angola é um objectivo fundamental da estratégia do Governo que visa acrescentar valor aos diamantes do país.
“O desenvolvimento da cadeia de diamantes num país como Angola, naturalmente abençoado por inúmeros depósitos primários e secundários, é essencial para o crescimento económico e social do nosso país”, enfatizou, reforçando que “o diamante como segunda fonte actual de exportação e de divisas do país é um bem necessário e essencial para a recuperação económica e desenvolvimento, quer como factor de empregabilidade, quer como para a arrecadação de receitas fiscais”.
A Conferência Internacional de Diamantes reúne, durante dois dias, especialistas e players do sector oriundos de várias partes do mundo, que em diversos painéis e rondas interactivas abordarão temas que irão contribuir para o entendimento e conhecimento do diamante de Angola, no âmbito da investigação geológico-mineira e da mineração desta ‘pedra preciosa’, sua lapidação e comercialização, onde a inovação tecnológica desempenhará um papel determinante.
Se por um lado a realização do evento tem por finalidade a promoção da cadeia de valor de um sector de importância fundamental para o desenvolvimento económico de Angola, por outro, segundo Diamantino Azevedo, representa também uma homenagem simbólica de uma região [Leste] que geneticamente alberga diamantes de excelente qualidade.
A conferência, explica o governante, enquadra-se nas acções de divulgação do potencial diamantífero de Angola, com o propósito de atrair a atenção de empresas nacionais e estrangeiras que actuam neste ramo da indústria extrativa, que, como refere, é de fundamental interesse para o país.
“A realização desta conferência é uma tarefa que se impõe após a restruturação do modelo de governação do sector mineiro, pelo desiderato do cumprimento das metas do nosso Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022 e, sobretudo, pela visão futurística do Executivo de fazer de Angola, a médio prazo, um produtor global de diamantes, relevante, estável e responsável”, concluiu.