Depois do pico verificado em 2017, a produção de ovos no país vem registando uma trajectória descendente, que se tem reflectido directamente no aumento do preço do produto. Entre os factores que estão a contribuir para a queda na produção estão a escassez de ração e outros insumos, como embalagens e vacinas para as aves.
Em meio às dificuldades, a Associação Nacional dos Avicultores (ANAVI) traçou um plano para impulsionar a produção de ovos e inverter o actual cenário, orçado em pouco mais de 8,6 mil milhões de kwanzas, calculadamente mais de 13,2 milhões de dólares.
Em entrevista exclusiva à FORBES, Rui Santos, presidente da ANAVI, explica que a estratégia passa por reactivar as pequenas e médias empresas, paralisadas ao longo dos últimos anos, com um efectivo de 1,1 milhões de pintos, ainda este ano.
Em curso, garante, estão já as negociações junto da banca, ao abrigo do Programa de Apoio ao Crédito (PAC), para a obtenção de financiamento, cuja premissa será para acções que assegurem e garantam o stock da matéria-prima, durante o desenvolvimento da actividade, para 50 unidades de produção.
Com este propósito, refere o líder associativo, foi constituída a Cooperativa Avícola Boa Esperança (COOABE), instituição que se encarregará de proceder a aquisição de toda a envolvente para os seus associados, tendo, entre vários objectivos, a defesa do produtor, com o controlo e custos da produção, posição comercial no mercado e a garantia, sobretudo, das principais matérias-primas, para a produção de ração.
No quadro deste programa, as necessidades de alimentos para as aves inscrita para os associados em 2021 é estimada em 20 mil toneladas. “Vamos recomeçar, com programas defendidos e sobretudo criando estabilidade. O orçamento previsto considera apenas a envolvente de custos dos pintos e das matérias-primas, desde a colocação do pinto ao fim da vida produtiva”, precisa o responsável.
De acordo com o seu presidente, o grande desafio da ANAVI passa também por criar uma cultura de união entre os associados [produtores avícolas] integrados em cooperativas.
“Vamos partir para programas exequíveis, viáveis, estabilizados, com estatística produtiva e financeira de cada associado. O programa está a ser lançado, esperando que os parceiros convidados respondam com factos para tornar este projecto realidade”, conclui Rui Santos.