Em Jacarta, quando estava na Secção de Interesses Portugueses, era conhecida por “Madame East-Timor”. Na Etiópia, recebida em braços pela população, chamam-lhe Ana “Gobese”, termo local para corajosa.
São todos cognomes que revelam o perfil e também algumas das vitórias de Ana Gomes nas batalhas que travou ao longo dos quase 40 anos de carreira diplomática e política. Em Maio, termina uma etapa de 15 anos de eurodeputada onde habituou os seus pares a uma luta tenaz pelas causas que lhe correm no sangue, como os direitos humanos, o combate à corrupção e a evasão fiscal ou, como ela diz “por um mundo com regras e princípios”. Mas não vai parar de lutar.
Após cumprir três mandados como eurodeputada, Ana Gomes vai deixar Bruxelas em Maio. “Saio do Parlamento Europeu (PE) ainda mais convencida da indispensabilidade da União Europeia.” Mas, como civil, não deixará de continuar a lutar contra a corrupção, temas que a tornaram numa figura incómoda para muitos. Em entrevista à FORBES, a ainda eurodeputada faz um balanço da sua passagem pelo PE. Fala da forma embaraçosa como a União Europeia lidou com os refugiados, das consequências dos resultados das próximas eleições europeias e dos mais recentes escândalos de corrupção e evasão fiscal. E revela como vai continuar a luta pelas causas que defende quando deixar o seu cargo de deputada europeia. A não perder na edição de Abril, nas bancas.