O pano de pente, as saias bijagós e os pastéis de mandioca fizeram parte da apresentação da Casa da Cultura da Guiné-Bissau, em Lisboa, onde Amílcar Cabral foi recordado, tendo alguns convidados usado o seu popular súmbia.
A cerimónia decorreu há dias nas instalações da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), que se revelaram pequenas para acolher as largas dezenas de convidados que, com a sua presença, quiserem partilhar um dia há décadas sonhado.
“Já estávamos a desconfiar que provavelmente teríamos a casa cheia, mas não estávamos à espera de tanto”, disse a directora da Casa da Cultura da Guiné-Bissau, Rita Ié, citada pela Lusa.
Com um programa cultural que aborda várias áreas – como literatura, cinema ou artes plásticas – a infra-estrutura foi pensada para toda a comunidade lusófona e a sua apresentação decorreu no Dia dos Heróis, assinalado em Cabo Verde e na Guiné-Bissau, em memória à morte de Amílcar Cabral, ocorrida há precisamente 51 anos.
Cabral foi, aliás, uma referência em todas as intervenções que marcaram a apresentação da Casa, sendo visíveis vários convidados com súmbias, o chapéu que o líder africano popularizou.
“Cabral não está morto. Ele não morre, nunca morreu. É incrível vermos como a vida e o legado de alguém pode transpor tantas gerações, tantos anos volvidos do seu assassinato. Ele está mais vivo que nunca”, considerou Rita Ié.