O músico Eu.Clides editou na última Sexta-feira, 10, o seu álbum de estreia, “Declive”, que se posiciona no centro de todos os sítios por onde passou, da música clássica à eletrónica, passando pelo gospel e pelos sons de Cabo Verde.
O músico cabo-verdiano disse, em entrevista a Lusa, que o seu percurso começou em 1996, em Cabo Verde, onde nasceu. Um ano depois, mudou-se para Portugal, onde aos oito anos de idade começou a estudar guitarra clássica no Conservatório de Aveiro. “Só parei os estudos de guitarra clássica com 19, 20 anos, já em Paris, onde resido actualmente”, recordou.
Antes de começar a carreira a solo, e já a viver na capital francesa, acompanhou o grupo senegalês Daara J Family em digressão e, mais tarde, passou a fazer parte da equipa da cantora cabo-verdiana Mayra Andrade, artista que refre, “ouvia desde miúdo”, e cujo concerto que viu em Coimbra foi o primeiro na vida para o qual comprou bilhete.
“Muitas vezes senti-me bastante pequeno em alguns sítios onde estive, a ouvir outras pessoas, cruzar-me com outros músicos. Senti-me mesmo ‘super pequeno’ e acho que isso fez-me crescer como pessoa e musicalmente também, porque acredito que quando te reduzes a nível pessoal, quando te tornas mais humilde, a tua música pode crescer bastante. Acho que foi crucial”, partilhou.
A solo, além de guitarrista, acabou por tornar-se também cantor por sentir que “quando cantava acabava por conseguir transmitir mais coisas às pessoas”.
Eu.Clides considera-se muito melhor guitarrista do que cantor, mas quando canta, além de poder passar uma mensagem através de palavras, “o próprio canto acaba por ser muito mais sensível, mais profundo e acaba por comunicar ainda melhor com as pessoas”.
“Senti que era esse o próximo passo. Sinto-me guitarrista, como é óbvio, mas muito mais do que isso, sinto-me artista e acho que não dependo de uma guitarra para passar a minha música para as outras pessoas”, referiu.
Nos concertos de apresentação de “Declive” ao vivo, cujas datas serão anunciadas em breve, Eu.Clides estará em palco acompanhado por Tota e um outro multi-instrumentista, Ricardo Coelho.