A agricultura familiar compreende 91,5% das explorações agrícolas em Angola, sendo 66% ainda feita com recurso a enxadas e meios manuais e as restantes de empresários, avançou, há dias, em Luanda, o director nacional da Agricultura e Pecuária de Angola, pedindo investimento brasileiro para o sector.
De acordo com Manuel Dias, a agricultura nacional encontra-se “fortemente” alicerçada na agricultura familiar de subsistência, que não garante cabalmente a segurança alimentar e nutricional da população no país.
“A situação obriga a recorrer grandemente à importação de alimentos”, disse o responsável, quando falava sobre o desenvolvimento da agricultura sustentável em Angola, no Simpósio Relação Brasil–Angola.
O responsável sinalizou que, do total da área cultivada a nível nacional, as explorações agrícolas empresariais contribuíram apenas com menos de 9%, sendo que as famílias contribuíram com 91,5% do total da área cultivada na campanha agrícola 2021-2022.
Em relação à preparação das áreas agrícolas segundo as diferentes fontes energéticas de mecanização, afirmou que 66% da agricultura em Angola ainda é feita manualmente, 22% por tração animal e 6% por mecanização.
Para o director nacional da Agricultura e Pecuária de Angola, citado pela Lusa, a vulgarização e expansão da mecanização agrícola, regadio, sanidade vegetal e animal, fabrico de factores de produção, como equipamentos agrícolas, fertilizantes, pesticidas e vacinas, em todo o território, constituem desafios para a cooperação entre Angola e o Brasil, no sentido do fortalecimento da agricultura familiar.
Manuel Dias considerou ainda que o investimento brasileiro directo para a produção na agricultura, o reforço da capacidade de melhoramento e certificação de sementes, melhoramento genético dos diferentes tipos de gado, bem como a investigação agrária constituem também desafios da cooperação entre Luanda e Brasília.