Com África a acolher o maior número de pessoas que não têm sequer uma refeição por dia, os líderes africanos e mundiais reuniram-se recentemente, em Dacar, para uma mesa-redonda de alto nível.
Por outras palavras, o apelo foi no sentido de gastar mais e melhor, porque, como considerou o director Regional do Desenvolvimento Sustentável para África, do Banco Mundial, Simeon Ehui, deste modo, ajudará a transformar a agricultura no continente e a alcançar a autossuficiência alimentar.
Com África a acolher o maior número de pessoas que não têm sequer uma refeição por dia, os líderes africanos e mundiais reuniram-se, recentemente, para uma mesa-redonda de alto nível, cujo objectivo foi a partilha de visões sobre como “Transformar as Políticas Agrícolas Africanas” e alimentar os africanos.
De acordo com uma nota enviada à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, na “Cimeira de Dacar 2” sobre “Alimentação e Agricultura em África”, os líderes partilharam visões sobre vários temas, entre os quais, “como podem os decisores políticos apoiar melhor a agricultura africana face às alterações climáticas?”; “como podem os ambientes políticos e institucionais ser mais favoráveis para atrair potenciais parcerias na agricultura?”; “qual é o papel dos governos na formalização de empregos e na reforma agrária para tornar o setor agrícola mais inclusivo?”.
No certame, o director Regional do Desenvolvimento Sustentável para África, Siomeon Ehui, defendeu que as soluções inovadoras são importantes para gerir e resolver os problemas da insuficiência alimentar em África.
O que é necessário, afirmou citado na nota, é o aumento do investimento público, reformas políticas e o desenvolvimento de instituições para aceder ao mercado internacional.
As palavras do representante do Banco Mundial, foram seguidas por Hervé Ndoba, Ministro das Finanças e Orçamento da República Centro-Africana, para quem o aumento do investimento deve ser acompanhado por uma optimização das despesas. “Antes de aumentarmos o investimento, temos de aumentar a mobilização de recursos”, advogou.
por sua vez, representando o sector privado africano, o CEO da CAP Holding, Chakib Alj, líder do agronegócio em Marrocos, e presidente da Confederação Geral das Empresas Marroquinas (CGEM), apelou ao sector privado de todos os países africanos no sentido de investir, de forma massiva, ao lado dos seus governos para desenvolver a agricultura africana e resolver a questão alimentar.
“África não tem outra escolha senão alimentar-se a si própria, uma vez que a experiência com o conflito russo-ucraniano demonstrou que as empresas agrícolas abastecem primeiro os seus países, antes de pensar em exportar”, enfatizou Chakib Alj.
De acordo com o gestor, o seu país, Marrocos, investiu mais de 10 mil milhões de dólares na agricultura numa década, como parte do “Plano Marrocos Verde”, “o que permitiu que a quota do sector agrícola no Produto Interno Bruto (PIB) marroquino aumentasse de 7 para 12 mil milhões de dólares”.
No final dos debates, os participantes expressaram a esperança de que “Dacar 3”, a próxima cimeira sobre agricultura e alimentação, seja “uma oportunidade para celebrar a grande vitória do génio criativo africano”.
*José Zangui