Depois de ter antecipado uma subida de apenas 2,1% no Produto Interno Bruto (PIB) de Angola, a consultora Fitch Solutions reviu em alta, no passado dia 29, as pespectivas de crescimento do país, tendo previsto para este ano uma melhoria económica na casa dos 2,7%.
Foi há pouco mais de uma semana que o organismo de estudos económicos e análises financeiras tinha antecipado uma expansão de 2,1% na economia angolana. Na altura, os peritos da Fitch justificaram o crescimento económico de Angola com o desempenho do sector não petrolífero, que verificou igualmente grandes melhorias.
“Prevemos que o PIB real de Angola tenha acelerado de uns estimados 0,6% em 2021 para 2,7% este ano”, lê-se numa nota sobre as maiores economias da África Austral, na qual se prevê para a o país lusófono africano um crescimento de 3,4% no próximo ano e um abrandamento para 2,2% em 2024.
Os analistas estimam também que a exportação petrolífera aumente de 1,169 milhões de barris diários, em 2021, para 1,221 milhões este ano, descendo novamente para 1,163 milhões de barris por dia em 2023. Citada pela Lusa, a previsão dos analistas centra-se no progresso das reformas em contexto pré-eleitoral, tendo como título “progresso nas reformas continua lento num contexto de riscos eleitorais”.
Para a Fitch Solutions, o fortalecimento da coligação da oposição vai ter um efeito nas urnas, com o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) a manter-se no poder, mas com menos votos.
“Apesar de acreditarmos que o partido no poder vai ganhar as próximas eleições, a sua maioria parlamentar vai ser reduzida pela coligação da oposição, o que aumenta os riscos dos esforços reformistas do Governo”, escreve a Fitch Solutions.
Também na análise, os especialistas acreditam que, apesar do crescimento do PIB em 2021 e 2022, “do aumento da liquidez interna e do encorajamento para as empresas privadas comprarem os activos públicos no programa de privatizações, acreditamos que isto não será suficiente para compensar o limitado interesse das empresas estrangeiras”.