A continuidade dos trabalhos de prospecção e escavação arqueológica para a classificação de outros sítios de memória ligados ao tráfico de escravos estão condicionados à retirada do actual aeroporto de Mbanza Kongo do centro histórico local.
A informação foi avançada, nesta Sexta-feira, durante a 6ª sessão ordinária da Comissão Nacional Multissectorial para a Salvaguarda do Património Cultural Mundial, órgão consultivo permanente do Titular do Poder Executivo para promoção e implementação de programas de conservação e gestão participativa do património cultural, orientada pelo Vice-presidente da República de Angola, Bornito de Sousa.
No encontro foram prestadas, entre outras, informações sobre o funcionamento do Conselho Científico e do Comité de Gestão Participativa do Centro Histórico de Mbanza Kongo, cujo prazo de vigência foi prorrogado para 2022, por via do Despacho Presidencial nº 56/21, de 30 de Abril.
O parecer que recomenda a revisão do Plano de Gestão do Sítio de Mbanza Kongo para o período 2021-2025, com a garantia de acompanhamento técnico do relatório que foi remetido à UNESCO, foi também abordado na reunião.
Há pouco mais de um mês do “8 de Julho”, data de celebração do 4º aniversário da elevação de Mbanza Kongo a Património da Humanidade – vestígios da capital do antigo Reino do Kongo, a comissão analisou diferentes perspectivas para a realização do Festival Internacional da Cultura Kongo “Festikongo” 2021, com iniciativas que possam contribuir para a promoção e valorização deste marco histórico para Angola e para os países que integraram o antigo Reino do Kongo.
Neste particular, segundo uma nota do gabinete de comunicação institucional e imprensa dos órgãos de apoio ao Vice-presidente da República, foi recomendado que sejam feitas todas as diligências no sentido de superar as situações susceptíveis de pôr em causa o êxito da celebração, com realce para as dívidas contraídas pelo Governo da Província do Zaire, com fornecedores de serviços por ocasião do Festikongo em 2019, cujo valor não foi revelado.
A Comissão Nacional Multissectorial para a Salvaguarda do Património Cultural Mundial, foi igualmente informada sobre o parecer do Centro do Património Mundial (CPM) e o Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios (ICOMOS) ao Relatório de Implementação das Recomendações da UNESCO sobre Mbanza Kongo – Património da Humanidade.
Durante a reunião foi ainda analisada a proposta do futuro Museu Herero (cidade de Moçâmedes) e o monumento Mukulo a Ngola (túmulo de Ngola Kiluanje, Njinga a Mbande e Ngola Mbande – soberanos do Ndongo), no âmbito da adopção de políticas especificas de preservação e valorização para enriquecimento do legado histórico.