A adesão do país à zona de comércio livre da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), no actual contexto, “é um acto imprudente”, considera em entrevista à FORBES, Vissolela Chivunda, economista e investigadora da Universidade Católica de Angola (UCAN).
Vissolela entende que a promoção do comércio internacional não está somente voltada à criação de boas condições para a importação de bens, mas abrange também a preparação de condições favoráveis ao tecido produtivo nacional, que promovam as exportações.
“Aderir à zona de livre comércio continental, no estágio actual de desenvolvimento da indústria angolana, não pode ser encarado como um passo favorável ao desenvolvimento da economia”, defende a também docente universitária.
No que tem que ver com a restrição à importação de bens que compõem a cesta básica nacional, com recurso às divisas do Tesouro Nacional, a antiga vice-decana da UCAN diz ser uma medida “acertada e positiva”, dada a desvalorização cambial do kwanza, que se vem assistindo nos últimos anos.
Para a investigadora, a medida tomada pelo Ministério da Indústria e Comércio visa estabelecer prioridades para se preservar um stock de moeda forte e necessário para a importação daqueles bens que o país ainda não produz ou que produz em pequena escala.
“Pode-se afirmar que a decisão referente à restrição da importação dos dez produtos nacionais que compõem a cesta básica, utilizando recursos do Tesouro Nacional, é positiva, pois caso não continuem a ser adoptadas medidas para a preservação do valor do kwanza, correremos o risco de um agravamento da situação económica actual”, antecipa Vissolela Chivunda.