Foram nesta Quinta-feira, 29, admitidas à negociação em bolsa as acções ordinárias representativas de 25% do capital social do Banco Caixa Geral de Angola (BCGA), que ficam agora disponíveis em livre transação no mercado regulamentad, gerido pela Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA), podendo qualquer investidor vender ou comprar por via de um intermediário financeiro.
As acções, que renderam à Sonangol mais de 20 mil milhões de kwanzas (cerca de 46 milhões de dólares), foram transacionadas a um valor de 5 mil kwanzas para o público em geral, órgãos sociais e trabalhadores, e 3.399 kwanzas para os accionistas angolanos, tendo contemplado 693 subscritores, entre empresas e pessoas individuais.
No seu discurso de abertura da cerimónia que marcou a admissão da segunda instituição financeira nacional no mercado de bolsa de acções, a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, afirmou que “os dados confirmaram os prognósticos mais optimistas do governo sobre o grande apetite dos investidores institucionais e de retalho”, na aquisição de instrumentos que viabilizem a rentabilização das suas poupanças e a optimização das suas carteiras de investimento, considerando ser este “um sinal forte” da confiança na eficiência dos processos de privatização.
“Representa mais um passo para a consolidação do nosso mercado de capitais e sinaliza o potencial das empresas angolanas, em particular, do sector financeiro, e a confiança dos investidores nacionais e estrangeiros”, referiu a ministra das Finanças.
Por sua vez, o Presidente da Comissão Executiva do Banco Caixa Geral de Angola, João Pires, reconheceu que passar a ser uma sociedade aberta “traz particular” responsabilidade e obrigações adicionais a instituição”, quanto a transparência e rigor, obrigando-a a melhor divulgar informação relevante. “Mas este é um caminho para um banco que se quer manter relevante e importante para os clientes e para a sociedade angolana e crescer com o crescimento económico do país”, frisou o gestor.
A venda dos 25% das acções do BCGA enquadra-se do Programa de Privatizações do Estado angolano (PROPIV), iniciado em 2019, com a data de conclusão oficial para 2022, que prevê a alienação de cerca de 195 Empresa/Activos, dos quais 50 estão a ser conduzidos directamente pela Sonangol.
Para o Presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), Patrício Vilar, a admissão à negociação em bolsa das acções ordinárias representativas de 25% do capital social Caixa Angola, tem dois significados. Para Vilar, representa a porta de entrada, não só para as privatizações no mercado, mas também para os empresários terem uma fonte alternativa de financiamento.
“Um sinal positivo”, é a avaliação que o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, faz do processo de entrada da segunda instituição financeira na Bolsa de Dívida e Valores de Angola.
O governante sublinhou que os indicadores desta operação são “um sinal positivo” da confiança e das expectativas dos investidores, na economia angolana, e do interesse dos mesmos em diversificar as fontes de rentabilização das suas poupanças, através do investimento em novos instrumentos financeiros, que sejam seguros e que tragam bons retornos.
Este momento ocorre após a liquidação física e financeira das acções alienadas no âmbito da Oferta Pública Inicial . O evento, historicamente designado como Opening Bell, foi presidido pelo Ministro de Estado para Coordenação Económica, Manuel Nunes Junior e pela a Ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa. Estiveram ainda presentes no acto vários representantes do mercado de capitais e sistema financeiro.
No âmbito da OPI e nos termos do disposto no artigo 254.º, n.º 3 do Código dos Valores Mobiliários, a admissão à Negociação das acções abrange todas as acções da mesma categoria, no presente caso, as acções representativas do capital social do BCGA.