A Câmara de Energia Africana (AEC, na sigla em inglês) considerou recentemente “um ataque ao progresso económico”, a acção judicial intentada pela organização ambientalista Friends of the Earth contra o financiamento britânico aos projectos de gás natural em Moçambique.
“Como voz do sector energético de África”, a AEC condena no seu website o recente “ataque protagonizado pela organização ambiental ao sector energético de África e ao progresso económico”.
O presidente executivo da câmara, NJ Ayuk, assinalou que Moçambique está, simplesmente, a fazer o que todas as nações ocidentais fizeram durante anos, capitalizando os seus próprios recursos naturais para o bem-estar dos seus povos e desenvolvimento económico.
Ayuk sustenta que os ganhos que vão resultar da produção, transporte, processamento e distribuição serão usados para a construção de infra-estruturas, financiamento de programas sociais e apoio a iniciativas de formação de mão-de-obra jovem no país, região e continente.
Segundo a agência Lusa, a AEC refere que o gás natural produzido em Moçambique emite uma quantidade de dióxido de carbono menor que outras fontes fósseis. “Esta acção judicial não resolve nenhum problema climático. A acção, vinda de uma organização ocidental, é contra os esforços de África de resolver a pobreza energética e não ajuda a resolver nenhum desafio imposto pelas mudanças climáticas”, notou o presidente-executivo da AEC.
Recorde-se que na Terça-feira, o Tribunal Superior (High Court) de Londres começou a analisar uma acção judicial da organização ambientalista Friends of the Earth, que pede a anulação da decisão do Governo britânico de providenciar até 1.350 milhões de euros através da agência de crédito à exportação, UK Export Finance (UKEF), para os projectos de gás em Moçambique.