Evandro dos Santos, Dulcídio Sachipa e Aldemiro Furtado, três jovens empreendedores formados nas áreas de engenharia e gestão de empresas, decidiram analisar a situação da mobilidade em Luanda, particularmente o serviço de táxi e concluíram que dos cerca de 8 milhões de cidadãos que habitam na capital angolana, pelo menos 5,1 milhões utilizam táxis privados e transportes públicos.
Perceberam ainda que a grande maioria das empresas que desenvolve o serviço de táxi não correspondem as expectativas da classe média alta. Ou seja, não dispõem de ferramentas tecnológicas para um tipo de cliente mais exigente, que privilegia também a vertente turística.
Com base nesta análise, criaram a Tirosa, uma empresa tecnológica angolana dedicada ao serviço de táxi terrestre e aquático, com foco no turismo, bem como num serviço de reboque 24 horas por dia, com recurso a uma app que permite solicitar serviço de táxi terrestre e aquáticos de luxo.
“Sabemos que a juventude é a força motriz para o avanço de qualquer uma sociedade e, como jovens que somos, olhamos para as dificuldades que o país atravessa e decidimos embarcar no ramo do turismo, porque existem muitas lacunas no que toca a transporte, neste ramo”, diz Evandro dos Santos, sócio co-fundador.
Dulcídio Sachipa, gestor e também co-fundador, explica que “Tirosa” é um nome retirado da gíria, que quer dizer “vamos embora”, e foi atribuído a app porque o objectivo é operar em toda cidade de Luanda, para facilitar e melhorar a mobilidade urbana, bem como a deslocação dos passageiros.
“Como aplicação, a Tirosa é forte disseminadora de serviço de táxi rápido e eficaz. A app é uma ferramenta segura e de uso fácil, tende a reforçar valores já estabelecidos no meio social e de consumo, ao passo que a internet opera dentro da sociedade angolana”, garante.
Com um investimento de 60 milhões de kwanzas, a empresa foi constituída com uma linha de pensamento internacionalizada e conta com uma frota de 250 veículos, entre carros económicos e executivos, lanchas de travessia, barcos para turismo, reboques e transportes colectivos. Numa primeira fase, a Tirosa vai operar apenas em Luanda, mas o objectivo passar por expandir o negócio nas demais províncias do país.
Além destes, conta Aldemiro Furtado, outro sócio e cofundador, a Tirosa vai usar o modelo de negócio já implementado por outras start-ups, que passa por agregar viaturas de pessoas singulares que queiram desenvolveram o negócio de táxi de forma mais organizada. “Usamos os dois modelos. Ou seja, a app permite que quem tiver um meio, com os padrões exigidos, adira ao nosso aplicativo para ter o seu rendimento. Este é o nosso compromisso”, afirma.
Aposta na segurança
Os serviços tecnológicos, com base em aplicativos, são bons para quem quer se locomover de forma rápida e segura nos dias de hoje. É uma realidade que se assiste em quase todo o mundo, sobretudo nas sociedades mais desenvolvidas. Os fundadores da Tirosa querem seguir a mesma direcção, com maior reforço da segurança dos seus veículos automóveis.
Um dos pontos fortes da empresa neste quesito é a formação dos colaboradores internos. Por exemplo, os motoristas fazem um curso sobre normas de atendimento, regras de condução, procedimentos a ter em caso de acidentes e primeiros socorros em casos de emergência com os clientes.
“Temos a segurança em primeiro lugar, porque trata-se de mobilidade, por isso, primamos pelos padrões internacionalmente aceites, sobretudo de higiene, saúde e segurança. Aliás, temos o Dulcídio Sachipa que trabalhou no sector petrolífero, com bastante experiência neste segmento”, assegura Evandro dos Santos.
Evandro avança à FORBES que houve também um forte investimento em infra-estruturas, escritório, transportes, parcerias, publicidade, marketing e no próprio aplicativo, que foi desenvolvido por empresas europeias e que continuam a dar o devido suporte tecnológico.“A nossa linha de pensamento foi muito internacionalizada, dentro daquilo que nós olhamos das empresas lá fora, mas, também, somos bastante conhecedores do mercado angolano”, assegura o empreendedor.