Quando Augusta Amões, esposa do empresário António Segunda Amões, acompanhou as exéquias de uma das tias do marido, que faleceu na aldeia natal da família, a Camela Amões, na província do Huambo, teve uma epifania: não era correcto que aquele lugar estivesse tão pobre e António e os irmãos nada fizessem. Regressada a casa, instou o marido a tomar um passo filantrópico.
O empresário, membro da conhecida família Amões, não desapontou a esposa e, se bem o ouviu, melhor o fez. Até ao momento, estão erguidas perto de 200 casas sociais e mais de 50 para os técnicos. As infra-estruturas sociais não esquecerão a fé – elemento a que António se revela especialmente dedicado – e haverá não uma, mas duas construções dedicadas ao culto. A igreja católica encontra-se em fase de acabamento e deverá ser entregue já em Junho, enquanto a Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA) será entregue em Dezembro deste ano. O centro de saúde encontra-se já em pleno funcionamento, a discoteca entra em actividade em Junho. Estão também já concluídas nove naves para aviários, uma vez que se vai produzir na aldeia ovos e galinhas.
O material de construção que está a ser utilizado na obra é maioritariamente local. As casas sociais estão a ser construídas com blocos vermelhos fabricados mesmo na Camela. A fábrica faz, em média, 20 mil blocos por mês. “Temos também, localmente, uma fábrica de chapas de zinco. O cimento é nacional, mas a restante matéria-prima vem da China”, assegura o proprietário do grupo ASAS na conversa com a FORBES, que viu no local como a Aldeia Camela Amões está a evoluir no sentido de fixar as populações pela qualidade de vida que fará inveja a localidades maiores no país. Não é à toa que o grande foco do grupo ASAS está hoje virado para o imobiliário. O sonho de António é claro: “A Camela Amões pode servir de embrião para melhorar o índice de desenvolvimento humano em Angola”.